A eleição do Papa católico Francisco – 4.º aniversário

Há 4 anos, num consistório, quiçá com a ausência do Espírito Santo (não, não é esse em casa de quem foi engendrada a candidatura de Cavaco Silva a PR, é o da Trindade, a quem se atribuía a obrigação de iluminar os cardeais e hoje reduzido à toponímia ou encontrado na reserva ecológica dos Açores ou no Brasil), foi eleito Papa o cardeal Jorge Bergoglio.

Bergoglio ganhou aí o direito de mudar de nome e um cargo vitalício cuja longevidade dependia da prudência e dos cuidados. Durou já muito mais do que os mais otimistas vaticinavam.

É verdade que continua a conformar-se com os milagres dos defuntos, a criar santos e a participar no “road show” publicitário aos santuários que atraem mais turismo pio, mas o que pode fazer o CEO de uma multinacional da fé onde escasseiam novos produtos e sobram velhas superstições?

Relevante é o que é capaz de fazer pela paz e pela justiça social. E nisso, Francisco, sem provocar o êxtase de Zita Seabra, Aura Miguel ou João César das Neves, mais devotos de João Paulo II e da sua cumplicidade com Reagan e Thatcher, tem sido o intérprete de muitos homens e mulheres de “boa vontade”, para usar a expressão com que João XXIII enciclicou pela primeira vez os nãos crentes.

Pelo que se adivinha da sua coragem e determinação para ser agente da transformação do mundo, onde a riqueza de oito homens é igual à de 3 mil e quinhentos milhões dos habitantes mais pobres do Planeta; pela defesa da paz e da luta contra a pedofilia no seio da sua Igreja; pela ousadia em enfrentar a Cúria e denunciar os interesses que dilaceram a Humanidade, merece que um ateu manifeste solidariedade ao Homem.

Aqui fica este registo.

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