Teodora Cardoso e Passos Coelho: 'Les beaux esprits se rencontrent …'
A ‘indústria dos milagres’ caminha de vento em popa.
Este 'boom' é decisivamente subsidiário dos(as) videntes que campeiam pelo país e da nostalgia dos chamados ‘poderes ocultos’.
Este 'boom' é decisivamente subsidiário dos(as) videntes que campeiam pelo país e da nostalgia dos chamados ‘poderes ocultos’.
Desde Nostradamus que assim sucede embora grande número de videntes seja do género feminino. As razões para esta preferência são misteriosas como convém ao alienante ‘mundo das vidências’.
Teodora Cardoso, atual responsável pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP), teima entrar neste mundo de obscuridades, exorcismos e ilusões.
Quando numa recente entrevista à Radio Renascença e ao Público declarou que, em relação aos valores do défice orçamental de 2016, “até certo ponto, houve um milagre…” link , será legitimo augurar que está a iniciar, tardiamente, uma nova, auspiciosa e visionária carreira.
Já no início de Dezembro com todas as medidas suplementares postas no terreno (PERES e índices de investimento público contabilizáveis, p. exº.) e com o Governo repetidamente a anunciar que o défice em 2016 ficaria abaixo dos 2,5% do PIB, a venerável conselheira continuava a suspeitar esse cumprimento seria “uma questão de fé…” link.
Estas ‘visões místicas’ na pele de uma responsável pelo acompanhamento da execução orçamental são deveras preocupantes já que consubstanciam quadros muito próximos do desvario delirante.
Em pleno 4º. trimestre de 2016 (11.10.2016) link o CFP continuava a lançar ‘alertas’ de que o Governo iria falhar o défice acordado com Bruxelas (2,5%), criticando medidas programáticas do Governo, como sejam a descida do IVA na restauração e o impacto das 35 horas…
Aceitando que não existe má-fé da senhora, que Passos Coelho se apressou a sair em sua defesa, somos obrigados a considerar que a presidente do CFP se tem dedicado à adivinhação, cavalgando visões que não explicitam razões e que acabam por embater na realidade.
Em 2014, nas Jornadas Parlamentares do PSD em Viseu, com o estatuto de convidada, apresentou a peregrina ideia de taxar os levantamentos (movimentos) das contas bancárias sugerindo um imposto adicional e cumulativo ao enorme aumento já determinado por Vítor Gaspar link.
Seria uma postura hilariante se não revelasse alinhamentos conspícuos com os celerados métodos de ‘ajustamento’ da Troika.
A sua equiparação a vidente não será, portanto, uma imagem forçada. As suas prestações durante o último ano têm pouca margem de manobra. Ou são profecias ditadas pelo Além ou são pura incompetência. Para continuar na senda da beatice apetece dizer: venha o diabo e escolha.
Adenda: Justiça seja feita - o ‘chamamento’ do diabo não é da lavra de Teodora Cardoso. Mas de um seu fiel e lídimo admirador link.
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