De Cavaco e Barroso a Donald Trump
A mentira tem a perna curta, mas os mentirosos têm muitas pernas. Parecem centopeias.
O FBI investiga suspeitas de conluio entre a campanha de Trump e o Governo russo, o que, a ser verdade, é um grave risco para a segurança dos EUA, mas Trump, talvez para desviar atenções, acusou Obama de o espiar durante a campanha eleitoral, recorrendo à mentira como tática e à calúnia como estratégia.
É irrelevante que o Departamento de Justiça e o FBI não tenham quaisquer indícios de que Trump tenha sido escutado e espiado a mando do ex-Presidente Barack Obama, o que interessa é o ruído necessário e suficiente para desviar as atenções.
A pós-verdade prenuncia a pós-liberdade, a tragédia que parece corroer as mais sólidas democracias mundiais. O perigo não é a mentira, é a indiferença dos cidadãos à mentira mais torpe e à mais aleivosa das acusações. A anestesia cívica produz gera impunidade e insensibilidade ao embuste.
Trump não é pioneiro, Hitler usou a estratégia com êxito. Aliás, a mentira ganha sempre as primeiras batalhas, apesar da tendência para acabar derrotada.
O PR americano faz a síntese de dois políticos portugueses, agora ávidos de recuperar a confiança dos portugueses, Cavaco Silva e Durão Barroso.
Cavaco, que exige que se nasça duas vezes para ser mais sério do que ele, foi percursor das escutas falsas para prejudicar um partido de que não gosta. Atribuiu à máquina do PS a paternidade da mentira cujo mérito enjeitou.
Barroso, entusiasta da cimeira que definiu aos portugueses como a última oportunidade para a paz, sabia decidida a guerra e falso o pretexto, mas, anos mais tarde, insinuou que o PR, Jorge Sampaio, apoiou a invasão, para depois esclarecer que só concordou com a reunião (a política externa é da exclusiva competência do Governo) e acabar a garantir que foi a primeira pessoa a quem informou da criminosa reunião.
Ainda ressoam os insultos a Sampaio, que ninguém lhe ligava e que a invasão do Iraque era a porta aberta à prosperidade de Portugal na viagem conjunta com os EUA, o Reino Unido e a Espanha, quer ele quisesse ou não. Não pôde empenhar as Forças Armadas do ministro Portas, mandou a GNR, do M.A.I.
Cavaco e Barroso são versões paroquiais, percursores de Trump à escala global.
O FBI investiga suspeitas de conluio entre a campanha de Trump e o Governo russo, o que, a ser verdade, é um grave risco para a segurança dos EUA, mas Trump, talvez para desviar atenções, acusou Obama de o espiar durante a campanha eleitoral, recorrendo à mentira como tática e à calúnia como estratégia.
É irrelevante que o Departamento de Justiça e o FBI não tenham quaisquer indícios de que Trump tenha sido escutado e espiado a mando do ex-Presidente Barack Obama, o que interessa é o ruído necessário e suficiente para desviar as atenções.
A pós-verdade prenuncia a pós-liberdade, a tragédia que parece corroer as mais sólidas democracias mundiais. O perigo não é a mentira, é a indiferença dos cidadãos à mentira mais torpe e à mais aleivosa das acusações. A anestesia cívica produz gera impunidade e insensibilidade ao embuste.
Trump não é pioneiro, Hitler usou a estratégia com êxito. Aliás, a mentira ganha sempre as primeiras batalhas, apesar da tendência para acabar derrotada.
O PR americano faz a síntese de dois políticos portugueses, agora ávidos de recuperar a confiança dos portugueses, Cavaco Silva e Durão Barroso.
Cavaco, que exige que se nasça duas vezes para ser mais sério do que ele, foi percursor das escutas falsas para prejudicar um partido de que não gosta. Atribuiu à máquina do PS a paternidade da mentira cujo mérito enjeitou.
Barroso, entusiasta da cimeira que definiu aos portugueses como a última oportunidade para a paz, sabia decidida a guerra e falso o pretexto, mas, anos mais tarde, insinuou que o PR, Jorge Sampaio, apoiou a invasão, para depois esclarecer que só concordou com a reunião (a política externa é da exclusiva competência do Governo) e acabar a garantir que foi a primeira pessoa a quem informou da criminosa reunião.
Ainda ressoam os insultos a Sampaio, que ninguém lhe ligava e que a invasão do Iraque era a porta aberta à prosperidade de Portugal na viagem conjunta com os EUA, o Reino Unido e a Espanha, quer ele quisesse ou não. Não pôde empenhar as Forças Armadas do ministro Portas, mandou a GNR, do M.A.I.
Cavaco e Barroso são versões paroquiais, percursores de Trump à escala global.
Ponte Europa /Sorumbático
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