Corrupção e silêncio partidário
A corrupção não é exclusiva de partidos políticos nem estes são responsáveis pelos atos indignos dos seus militantes, mas devem ser eleitoralmente punidos se permitirem a sua manutenção em funções sem lhes retirarem publicamente a confiança política.
Em Coimbra, em junho de 2007, com Paulo Portas a atestar a honradez da líder distrital do CDS, esta foi condenada a 2 anos e meio de prisão por peculato e outros delitos, tendo ficado provado que se apropriou de 15 mil euros dos transportes dos alunos da Lousã e de géneros alimentícios da cantina. Era um crime da D. Sónia se o CDS, após a condenação, a tivesse afastado do cargo, mas, um ano depois, continuava líder distrital e esgotou o mandato. A manutenção em funções, no mais alto cargo político distrital, com a cumplicidade partidária, foi uma baixeza do CDS e da Comissão Política Nacional.
***
O ex-administrador delegado dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), Manuel de Oliveira, foi condenado, em 22 do corrente mês, a uma pena de prisão de três anos e meio, mas suspensa, por crime de corrupção passiva para ato ilícito.
O acórdão deu como provado que o arguido recebeu 20 mil euros, em 10 de abril de 2008, para dar preferência aos autocarros da empresa MAN nos processos de renovação da frota dos SMTUC.
O acórdão, por motivo de recurso para a Relação, não transitou ainda em julgado, mas surpreende que o PSD não lhe retire a confiança. Se não exercesse funções partidárias, seria apenas um caso, lamentável, é certo, de um militante partidário venal.
Mas acontece que o militante do PSD, que recusou receber o suborno em cheque e que foi a Braga onde esperou que fossem levantados em vários bancos, e em dinheiro vivo, 20 mil euros, é o presidente da Junta dos Olivais, uma das maiores freguesias do País.
Apesar de o crime ter sido dado como provado, o PSD aos costumes disse nada e o Sr. Manuel continua a ser o presidente da maior Junta de Freguesia de Coimbra e uma das maiores do País, com cerca de 39 mil habitantes, com o PSD e os partidos satélites em silenciosa meditação até à próxima e renovada coligação para outra vitória autárquica.
A cumplicidade partidária com autarcas corruptos envenena a democracia.
Em Coimbra, em junho de 2007, com Paulo Portas a atestar a honradez da líder distrital do CDS, esta foi condenada a 2 anos e meio de prisão por peculato e outros delitos, tendo ficado provado que se apropriou de 15 mil euros dos transportes dos alunos da Lousã e de géneros alimentícios da cantina. Era um crime da D. Sónia se o CDS, após a condenação, a tivesse afastado do cargo, mas, um ano depois, continuava líder distrital e esgotou o mandato. A manutenção em funções, no mais alto cargo político distrital, com a cumplicidade partidária, foi uma baixeza do CDS e da Comissão Política Nacional.
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O ex-administrador delegado dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), Manuel de Oliveira, foi condenado, em 22 do corrente mês, a uma pena de prisão de três anos e meio, mas suspensa, por crime de corrupção passiva para ato ilícito.
O acórdão deu como provado que o arguido recebeu 20 mil euros, em 10 de abril de 2008, para dar preferência aos autocarros da empresa MAN nos processos de renovação da frota dos SMTUC.
O acórdão, por motivo de recurso para a Relação, não transitou ainda em julgado, mas surpreende que o PSD não lhe retire a confiança. Se não exercesse funções partidárias, seria apenas um caso, lamentável, é certo, de um militante partidário venal.
Mas acontece que o militante do PSD, que recusou receber o suborno em cheque e que foi a Braga onde esperou que fossem levantados em vários bancos, e em dinheiro vivo, 20 mil euros, é o presidente da Junta dos Olivais, uma das maiores freguesias do País.
Apesar de o crime ter sido dado como provado, o PSD aos costumes disse nada e o Sr. Manuel continua a ser o presidente da maior Junta de Freguesia de Coimbra e uma das maiores do País, com cerca de 39 mil habitantes, com o PSD e os partidos satélites em silenciosa meditação até à próxima e renovada coligação para outra vitória autárquica.
A cumplicidade partidária com autarcas corruptos envenena a democracia.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
logo admissível e até capaz de não merecer as nossas reprovações.
Para estes pequenos trastes, ainda vão chegando os tribunais,
embora com efeitos quase nulos.
Para os grandes trastes, batatas.
As 'liberalidades' do construtor civil da Amadora para Mr Salgado-BES ontem e agora para um Mr-Montepio, foram pacificamente aceites pela inteligência governamental-BdP-Altíssimas Autoridades 'libertadors' dos (ir)responsáveis de governos e Parlamentos.
Tal como os triunfos PT-Bava-Granadeiro & Cia, não tivesse sido uma mão política em redor do desempregado Mr Sócrates.
Uma injustiça portanto,
andar depois a levantar processos a políticos de sucesso.
Valeu, no início e ao longo do regime, a recuperação e sucesso do major Batatas.