Portugal e o Serviço Militar Obrigatório (SMO)
Noruega |
Em 1999, com o país ferido pela guerra colonial injusta, inútil e perdida, e as juventudes partidárias a fazerem enorme pressão, os partidos representados na AR, com exceção do PCP, votaram a extinção do SMO, quando o deviam ter tornado universal, alargado a ambos os sexos.
A injustiça e inutilidade da guerra colonial não tornou o SMO censurável. Indesculpável foi o destino que a ditadura fascista lhe traçou, mas acabou por ser a heterogeneidade da sua composição que contribuiu para o derrube da ditadura. Aliás, foi já com voluntários da GNR que Portugal participou no crime vergonhoso da invasão do Iraque.
Ninguém duvida de que as FA são apanágio da soberania e têm um alto valor simbólico cuja transferência para forças policiais diminui o significado e a dignidade democrática.
Hoje temos um arremedo de FA, com escassez de voluntários e incapacidade financeira de as suportar, com tendência para o poder ser transferido para uma força policial capaz de ser convertida em guarda pretoriana de uma futura ditadura.
Quando os valores da coesão pátria se diluem perante a inexorável globalização, quando o hino e a bandeira vão deixando de ser reverenciados, como deviam, quando a religião é cada vez mais – e bem –, assunto do foro privado, resta-nos a língua comum. E fazem-nos falta FA universais que ponham em contacto jovens do Minho, da ilha do Corvo, da Madeira e do Algarve, integrados numa vivência comum que argamasse a identidade do País que somos.
Comentários