Feliz Ano Novo!
Feliz passagem de ano!
Bem-vinda a passagem de ano, porque é numa data que exonera a santidade do dia que finda e do que chega, uma data profana, sem recriminações de excessos, onde, todos os que podem, a gozam sem remorso, como se a euforia do momento se perpetuasse.
Não se assinala o número de viagens que a Terra fez à volta do Sol, apenas se destaca o dia em que no calendário gregoriano inicia nova viagem, meridiano a meridiano, em mais uma volta no carrossel do planeta à volta da estrela que o alimenta.
À meia-noite, tendo como referência, desde 1884, o Meridiano de Greenwich, quando a Inglaterra era a potência que definia os meridianos a partir do Observatório Real, empurram-se doze passas com champanhe, sem tempo para o número equivalente de desejos que é mister formular em simultâneo, como se fosse possível comer, beber e pensar uma dúzia de coisas num momento sem tempo, o intervalo entre as 24H00 do dia em que o ano acaba e as 00H00 do que inicia o seguinte.
Do momento, permanecem os sonhos e os votos, as recordações dos corpos que se fundem na embriaguez do amor, o sabor dos beijos que se prolongam em promessas mudas, a força dos abraços que estreitam corpos e dos corpos que se erguem em dificuldade, com articulações a ranger e reumatismo a recordar a erosão do tempo e os limites biológicos da existência.
Que importa, se o ano que chega vai ser pior, se tudo o que pode correr mal correrá pior, se são utópicos os desejos? Por uma vez, são sinceros os votos, e a alegria corre para o calendário da vida com fogo de artifício a substituir, na beleza das cores e no júbilo que contagia, os fogos e desastres que voltarão a ser servidos nas televisões, na desvairada competição que alimenta a morbidez de gente azeda.
Façam por ser felizes e divertirem-se. Não há idades para o sortilégio do amor e esperança de dias melhores. A racionalidade é o veneno que intoxica o quotidiano. Os pecados são a única coisa que vale a pena. Não troquem sonhos pela realidade nem a alegria do breve momento do presente pela tristeza de um futuro longo.
Entusiasmem-se, pequem muito e bem, e sejam felizes.
Feliz 2019!
Bem-vinda a passagem de ano, porque é numa data que exonera a santidade do dia que finda e do que chega, uma data profana, sem recriminações de excessos, onde, todos os que podem, a gozam sem remorso, como se a euforia do momento se perpetuasse.
Não se assinala o número de viagens que a Terra fez à volta do Sol, apenas se destaca o dia em que no calendário gregoriano inicia nova viagem, meridiano a meridiano, em mais uma volta no carrossel do planeta à volta da estrela que o alimenta.
À meia-noite, tendo como referência, desde 1884, o Meridiano de Greenwich, quando a Inglaterra era a potência que definia os meridianos a partir do Observatório Real, empurram-se doze passas com champanhe, sem tempo para o número equivalente de desejos que é mister formular em simultâneo, como se fosse possível comer, beber e pensar uma dúzia de coisas num momento sem tempo, o intervalo entre as 24H00 do dia em que o ano acaba e as 00H00 do que inicia o seguinte.
Do momento, permanecem os sonhos e os votos, as recordações dos corpos que se fundem na embriaguez do amor, o sabor dos beijos que se prolongam em promessas mudas, a força dos abraços que estreitam corpos e dos corpos que se erguem em dificuldade, com articulações a ranger e reumatismo a recordar a erosão do tempo e os limites biológicos da existência.
Que importa, se o ano que chega vai ser pior, se tudo o que pode correr mal correrá pior, se são utópicos os desejos? Por uma vez, são sinceros os votos, e a alegria corre para o calendário da vida com fogo de artifício a substituir, na beleza das cores e no júbilo que contagia, os fogos e desastres que voltarão a ser servidos nas televisões, na desvairada competição que alimenta a morbidez de gente azeda.
Façam por ser felizes e divertirem-se. Não há idades para o sortilégio do amor e esperança de dias melhores. A racionalidade é o veneno que intoxica o quotidiano. Os pecados são a única coisa que vale a pena. Não troquem sonhos pela realidade nem a alegria do breve momento do presente pela tristeza de um futuro longo.
Entusiasmem-se, pequem muito e bem, e sejam felizes.
Feliz 2019!
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