Rui Rio e o fantasma de Fausto…
Segundo relata a imprensa Rui Rio terá, no final do último Conselho Nacional do PSD, infletido o seu modo de estar na política aproximando-se dos contestatários internos que viram a luz do dia através de um dos alter ego de Passos Coelho de sua graça: Luís Montenegro.
Rui Rio teria dito no final do Conselho Nacional da passada 5ª. feira “…que vão passar a ver um novo Rio, mais emotivo a atacar o Governo e indisponível para acordos com o PS até às legislativas” link, isto é, a proximidade de um ciclo eleitoral vai determinar novos comportamentos partidários.
A acreditar no que lhe foi atribuído como tendo sido dito haverá múltiplos fatores em jogo.
Em primeiro lugar, um ‘travestismo político’ que adapta o discurso ao sabor das conveniências, isto é, das oportunidades. E como sabemos da expressão popular 'a ocasião faz o ladrão’, neste caso, Rui Rio conseguiu, assim, roubar protagonismo aos contestatários, esvaziando o mérito reivindicado por estes invocado acerca da capacidade de fazer ‘ruído’.
Outro dos parâmetros é o mutatis mutandis dos comportamentos políticos. Sobre este item Rui Rio esclareceu: “Uma coisa é o comportamento que devemos ter a quatro anos de eleições, a três anos de eleições, a dois anos de eleições, a um ano de eleições, a quatro meses de eleições…” link.
Rui Rio chamou a isto a ‘lógica do tempo’ mas, na verdade, não passa de uma declaração acerca da volatilidade do armamentário político justificando que as atitudes partidárias tomadas até aqui podem ser utilizadas uns decibéis mais acima, em circunstâncias específicas, neste outro caso, no período eleitoral, sem alterar os princípios. Uma 'ginástica pessoal' comprometedora.
Esta inusitada 'flexibilidade' casa mal com a imagem que Rui Rio tem tentado afirmar e a sua lógica (do tempo ou outra) é uma vulgata utilizada à saciedade pelo eleitoralismo recorrente de muitos partidos nas vésperas das eleições. Nada de inovador na política, nada a que não estejamos habituados.
Finalmente, as soluções encontradas no Conselho Nacional do PSD levam-nos à célebre tragédia “Fausto”, magistralmente escrita por Goethe.
Convém esclarecer esta evocação comparativa e, deste modo, teríamos o político (supostamente erudito) que se desilude com as limitações da sua intervenção (sondagens dixit) e vende a alma ao demónio (Mefistófeles), em troca de uma vida mais intensa.
Fausto é um clássico da literatura alemã e sendo Rui Rio subsidiário de uma educação germânica deve ter presente os trágicos desenvolvimentos da obra-prima de Johann Wolfang von Goethe. Fausto é uma obra literária onde está estampado o pré-anuncio do Renascimento mas, simultaneamente, a anacrónica dimensão de um mito. Nesta dualidade estará Rui Rio.
Rui Rio teria dito no final do Conselho Nacional da passada 5ª. feira “…que vão passar a ver um novo Rio, mais emotivo a atacar o Governo e indisponível para acordos com o PS até às legislativas” link, isto é, a proximidade de um ciclo eleitoral vai determinar novos comportamentos partidários.
A acreditar no que lhe foi atribuído como tendo sido dito haverá múltiplos fatores em jogo.
Em primeiro lugar, um ‘travestismo político’ que adapta o discurso ao sabor das conveniências, isto é, das oportunidades. E como sabemos da expressão popular 'a ocasião faz o ladrão’, neste caso, Rui Rio conseguiu, assim, roubar protagonismo aos contestatários, esvaziando o mérito reivindicado por estes invocado acerca da capacidade de fazer ‘ruído’.
Outro dos parâmetros é o mutatis mutandis dos comportamentos políticos. Sobre este item Rui Rio esclareceu: “Uma coisa é o comportamento que devemos ter a quatro anos de eleições, a três anos de eleições, a dois anos de eleições, a um ano de eleições, a quatro meses de eleições…” link.
Rui Rio chamou a isto a ‘lógica do tempo’ mas, na verdade, não passa de uma declaração acerca da volatilidade do armamentário político justificando que as atitudes partidárias tomadas até aqui podem ser utilizadas uns decibéis mais acima, em circunstâncias específicas, neste outro caso, no período eleitoral, sem alterar os princípios. Uma 'ginástica pessoal' comprometedora.
Esta inusitada 'flexibilidade' casa mal com a imagem que Rui Rio tem tentado afirmar e a sua lógica (do tempo ou outra) é uma vulgata utilizada à saciedade pelo eleitoralismo recorrente de muitos partidos nas vésperas das eleições. Nada de inovador na política, nada a que não estejamos habituados.
Finalmente, as soluções encontradas no Conselho Nacional do PSD levam-nos à célebre tragédia “Fausto”, magistralmente escrita por Goethe.
Convém esclarecer esta evocação comparativa e, deste modo, teríamos o político (supostamente erudito) que se desilude com as limitações da sua intervenção (sondagens dixit) e vende a alma ao demónio (Mefistófeles), em troca de uma vida mais intensa.
Fausto é um clássico da literatura alemã e sendo Rui Rio subsidiário de uma educação germânica deve ter presente os trágicos desenvolvimentos da obra-prima de Johann Wolfang von Goethe. Fausto é uma obra literária onde está estampado o pré-anuncio do Renascimento mas, simultaneamente, a anacrónica dimensão de um mito. Nesta dualidade estará Rui Rio.
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