Surpresa política

A direita era feroz opositora das greves e só a Constituição lhe barrava o caminho, mas, com a evolução, não fez apenas a viagem para sua aceitação, está na liderança das mais gravosas para o País.

Não sei se é a genuína democratização que a move ou o gosto por incêndios, à custa dos quais procura viver, enquanto não encontra um líder e um projeto para Portugal. Desde o PREC que não se via a direita portuguesa tão crispada.

Comentários

e-pá! disse…
A Direita só é uma feroz opositora das greves quando está no poder.
Não devemos esquecer uma das boutades de Cavaco: "...deixem-me trabalhar!".

Quando a Esquerda governa vale tudo. Temos o exemplo da presidência de Salvador
Allende no Chile e as greves selvagens dos camionistas, bem como, as manifestações dos 'tachos e panelas' promovida nas ruas pela burguesia chilena.
Por outro lado, mais recentemente, no Brasil, os camionistas foram um dos prodrómicos 'instrumentos' do assalto da Direita ao poder, através de Bolsonaro.

O que se verifica, de facto, são 'reprises' históricas que não são 'surpresas' nem prenunciam nada de bom.

A agitação social que vai ocorrer em 2019 - devidos aos diferentes actos eleitorais - necessita de uma leitura cuidada.
Muitas das reivindicações são, em princípio, justas (vivemos num sistema capitalista), mas interessa conhecer os mecanismos de oportunidade e as motivações que (o)correm paralelamente às greves e manifestações, incluindo, as ditas 'inorgânicas' (vide 'coletes amarelos').
E isso é mais difícil porque exige discussão e discernimento. Produtos que - como sabemos - não se vendem nos supermercados...

A Direita quando promove a agitação social diz-se 'pragmática' (um termo insípido, inodoro e incolor) mas, ao mesmo tempo, rebela-se contra tudo o que é discussão ideológica.
Interessa entender as razões porque a Direita teme esta associação.

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