PR – O incorrigível comentador e o SNS
Não lhe bastando para megafones o Conselheiro comentador, os jornalistas solícitos e o clero que lambe em deprimentes beija-mãos, ameaça desbaratar o prestígio que adquiriu por mérito próprio e comparação com o antecessor. Exige ser o mediador, o contrapeso partidário e fiel de uma balança que não lhe pertence, nem lhe cabe equilibrar.
Ninguém duvida da recandidatura do PR nem da vitória. Invocar a sua necessidade pela debilidade da direita, o que não faria, decerto, se fosse a da esquerda, é o pretexto risível que ameaça o regular funcionamento das instituições e a solidariedade institucional.
Devia recordar-se da crueldade e despropósito das declarações populistas que levaram à demissão da ministra da Administração Interna, apanhada entre fogos, não é metáfora, entre os de Pedrógão e o de Oliveira do Hospital, aguçando as garras aos vampiros que sugaram o sangue das vítimas até às recentes eleições europeias.
Marcelo gosta de embaraçar o PR e, no seu narcisismo, compromete a livre competição partidária, onde a sua ingerência é insensata e perigosa, condicionando o Governo e as decisões da AR.
A sua influência na nova lei de bases do SNS, com a exótica exigência de que deve ser negociada entre os dois maiores partidos, é uma ingerência perniciosa na decisão da AR e numa matéria cujo precedente foi idêntico.
A anterior Lei de Bases foi da autoria dos partidos que votaram contra a criação do SNS e a atual é negociada pelos que o criaram. Esta é a proposta de uma ministra sem pactos com empresas privadas, para dotar o país de um diploma contestado por elas e as IPSSs. Era natural que fosse aprovada pelos herdeiros e contestada pelos ex-opositores do SNS.
O sector do PS mais à direita, tal como sucedeu na criação do SNS, incluindo médicos, é aliado do PR e dos partidos da direita. A Dr.ª Maria de Belém, aceitou coordenar uma comissão de revisão da Lei de Bases da Saúde, apesar do conflito de interesses com os privados, e apresentou um relatório que o Governo rejeitou. É legítimo não o acolher quem o encomenda, surpreendente é o autor sentir-se no direito de o impor.
Maria de Belém está para este Governo como Francisco Assis para a sua formação. Não tirou ilações da candidatura a PR e a dupla ligação, à Igreja e aos interesses privados, parecem determiná-la. Quem perde é o povo português.
As PPPs são pretexto para o combate político. São indispensáveis, a nova Lei de Bases não as enjeita, mas não podem ser hegemónicas e um instrumento para destruir o SNS.
A proposta do Governo era equilibrada, viável e honesta, defendida por uma ministra de invejável qualificação, passado impoluto e grande coragem. Se a esquerda não for capaz de se entender sobre o mais emblemático serviço público, não é o Governo que perde, os governos passam, é o povo português que será progressivamente espoliado do melhor dos seus direitos e do mais fecundo dos seus benefícios.
E um dia, demasiado tarde, os portugueses dar-se-ão conta de quem o enganou.
Ninguém duvida da recandidatura do PR nem da vitória. Invocar a sua necessidade pela debilidade da direita, o que não faria, decerto, se fosse a da esquerda, é o pretexto risível que ameaça o regular funcionamento das instituições e a solidariedade institucional.
Devia recordar-se da crueldade e despropósito das declarações populistas que levaram à demissão da ministra da Administração Interna, apanhada entre fogos, não é metáfora, entre os de Pedrógão e o de Oliveira do Hospital, aguçando as garras aos vampiros que sugaram o sangue das vítimas até às recentes eleições europeias.
Marcelo gosta de embaraçar o PR e, no seu narcisismo, compromete a livre competição partidária, onde a sua ingerência é insensata e perigosa, condicionando o Governo e as decisões da AR.
A sua influência na nova lei de bases do SNS, com a exótica exigência de que deve ser negociada entre os dois maiores partidos, é uma ingerência perniciosa na decisão da AR e numa matéria cujo precedente foi idêntico.
A anterior Lei de Bases foi da autoria dos partidos que votaram contra a criação do SNS e a atual é negociada pelos que o criaram. Esta é a proposta de uma ministra sem pactos com empresas privadas, para dotar o país de um diploma contestado por elas e as IPSSs. Era natural que fosse aprovada pelos herdeiros e contestada pelos ex-opositores do SNS.
O sector do PS mais à direita, tal como sucedeu na criação do SNS, incluindo médicos, é aliado do PR e dos partidos da direita. A Dr.ª Maria de Belém, aceitou coordenar uma comissão de revisão da Lei de Bases da Saúde, apesar do conflito de interesses com os privados, e apresentou um relatório que o Governo rejeitou. É legítimo não o acolher quem o encomenda, surpreendente é o autor sentir-se no direito de o impor.
Maria de Belém está para este Governo como Francisco Assis para a sua formação. Não tirou ilações da candidatura a PR e a dupla ligação, à Igreja e aos interesses privados, parecem determiná-la. Quem perde é o povo português.
As PPPs são pretexto para o combate político. São indispensáveis, a nova Lei de Bases não as enjeita, mas não podem ser hegemónicas e um instrumento para destruir o SNS.
A proposta do Governo era equilibrada, viável e honesta, defendida por uma ministra de invejável qualificação, passado impoluto e grande coragem. Se a esquerda não for capaz de se entender sobre o mais emblemático serviço público, não é o Governo que perde, os governos passam, é o povo português que será progressivamente espoliado do melhor dos seus direitos e do mais fecundo dos seus benefícios.
E um dia, demasiado tarde, os portugueses dar-se-ão conta de quem o enganou.
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