Divagando (4) – #montenegronaomarcelonunca

O homem não para. O político videirinho que provocou a instabilidade é agora arauto da estabilidade. Ontem dizia que não se devia ter medo do voto do povo, hoje, receoso do povo, só quer que se pronuncie quando já não estiver em cena.

O homem treme de medo, não de vergonha, e descobriu agora nova guerra na Ucrânia e a necessidade de executar o PRR ambas transitadas da maioria absoluta que dissolveu.

O homem, liberto de perguntas incómodas, voltou a aparecer em todos os telejornais e a abri-los com o seu estado de alma transformado em comunicação ao País. Começou por chantagear o PS e acabou a chantagear o PSD.

Ontem ia para eleições se o Orçamento fosse recusado, agora é preciso que o Governo abdique dele porque não tem maioria. «Fazer-se um esforçozinho não é pedir muito», é o esforçozinho que pedia aos Bancos para pagarem juros maiores a depositantes. Agora até «o interesse nacional é mais importante do que programa do Governo».


O homem não tem um pensamento diferente do Chega. Não é o poder do Chega, que ele se esforçou a alimentar, que o preocupa, é que sejam desmascarados o plano que urdiu e a estratégia que usou.

O homem ainda sonha dividir o PS para se salvar, desejo que Cavaco teve para impedir que António Costa governasse, contando com os ajustes de contas internos e ambições pessoais.

O homem é mau, mas não é burro. E, farto de rezar e de beijar as mãos aos bispos do seu Deus, depois de ter renegado o pai, o filho Nuno e o Espírito Santo Banqueiro, há de acabar a implorar ao Diabo que o salve.

Comigo não contará.

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