Divagando – #montenegronaomarcelonunca

O país arde, e Marcelo, depois de presidir ao seu governo para decidir medidas a tomar, chantageou ontem as oposições com novas eleições se não lhe aprovarem o OE/25, tendo antecipado outra dissolução da AR sem ouvir o Conselho de Estado. L'État, c'est lui.

No frenesim de agitprop, encurralado pelos riscos acrescentados à última dissolução da AR, dá um passo em frente e joga a salvação do seu governo e da agenda comum com a intromissão na luta partidária e a chantagem para aprovação do Orçamento.

Com os constitucionalistas estupefactos a vê-lo a presidir ao Conselho de Ministros com poder decisório, numa inédita confusão de poderes entre PR e Governo, apenas faltava a chantagem ao PS com o provável aumento de votos no PSD antes da formação do XXV Governo Constitucional em que o Governo da República, à semelhança dos da Madeira e Açores, ficará refém do Chega.

Exceto a honra, Marcelo já tem quase tudo, PM, PAR, maioria de direita, os altos cargos do Estado e a breve prazo o/a futuro/a PGR, depois de ter em Bruxelas Maria Luís, para gáudio da AD, Chega e IL, e Guterres e António Costa longe. Até o sucessor é possível!

Claro que preferia não ter novas eleições, mas a curto prazo todos os lugares de decisão, todas as corporações e interesses privados concorrerão para tornar realidade o seu sonho de reacionário, apenas à custa da perda dos últimos afetos de Presidente dos mesmos.

Quem não renuncia à democracia representativa, como eu, não pode ver como ilegítimo um governo com extremistas do Chega e/ou do ainda mais extremista IL, na economia. É, aliás o desejo manifestado pelo ideólogo de Montenegro, o sábio Professor Aníbal, e aceite pelo homem que Marcelo prefere para PM, o azougado Carlos Moedas.

Entretanto, o crescimento do PIB para os próximos quatro anos está previsto para 2%, sem que alguém pergunte ao PM onde estão os 4,5% de quem não se conformava com os cerca de 2,5% do anterior governo, acima da média e em convergência com a UE?!

Apostila: Na 2.ª foto o PR e o PM de costas para a Constituição e a decência, à entrada para o Conselho de Ministros resultante da insólita joint venture PR/PM.


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