O Governo e os incêndios – #montenegronãomarcelonunca
Enquanto as cinzas dos incêndios assentam, mais por mérito da meteorologia do que do êxito do combate, é justo felicitar o PM pela eficácia a esconder as responsabilidades políticas do governo.
Bastou-lhe apontar como réus os incendiários, como se tivesse
dados que a GNR e a PJ desmentem, para esconder os eucaliptos e a gestão do
território, e em modo Chega jurar vingança implacável contra os ditos,
substituindo polícias e Tribunais, para excitar o País e virar contra incertos
o instinto justiceiro.
Montenegro pode não saber governar, mas é hábil na
propaganda e dissimulação. Falar de “interesses que sobrevoam” os incêndios coloca
nas celuloses a culpa que esconde a governo que as favoreceu, os ex-ministros,
agora estão nas Administrações e a CAP.
O PM não pode demitir Nuno Melo ou escondê-lo como fez ao
Gonçalo porque terminaria a ficção AD que suporta o Governo, mas pode calar a MAI
e substituí-la por pesos pesados bem-falantes, Leitão Amaro e Manuel Castro
Almeida, que já substituem também o ministro das Finanças.
O governo vive do Bando dos Quatro, sem conotação com a China
de Mao: o PM que o dirige, os dois ministros referidos e o PR, o primeiro a
aparecer, a quem bastou dizer, “O país aprendeu com o passado” para esconder falhas
operacionais da responsabilidade do governo.
Nunca um governo tão fraco foi tão forte, ora culpando o anterior,
ora ocultando culpas próprias sob a retórica do PM e dos seus ministros
vedetas. E, quando é preciso reforçar a defesa, manda o PR dar a cara. Este esconde
depois a cumplicidade com um chiste ou remoque inofensivo ao governo e finge a independência
que deixou de ter.
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