O PR e o seu governo
Marcelo está visivelmente interessado na aprovação do OE/25. Adverte para os perigos de um chumbo, perigos que não existiriam se a sensatez que ora pede à oposição, leia-se PS, tivesse sido sua quando dissolveu a AR que obrigou a novas eleições.
Marcelo, o incendiário, é agora o bombeiro a apagar o fogo
que ateou e, no fundo, está cheio de medo pelas responsabilidades que podem
pedir-lhe. Agora, que tem o Governo e a maioria que quis, só lhe falta que o PS
seja cúmplice do desmantelamento de Estado que ele próprio e o seu governo
pretendem.
Aliás, ele não tem um governo, tem a comissão liquidatária para
o que resta do Estado social. Não é um árbitro, é um cúmplice. O que teme é a
queda antes de ser irreversível a agenda em curso. Não é da extrema-direita que
tem medo, é de acabar o mandato sem destruir a esquerda, incluindo a esquerda
mansa que é o PS.
Sabemos que a direita democrática, esta direita a que
alegadamente pertencem o PR e o PM, não quer alianças com a extrema-direita,
apesar de Cavaco Silva, Moedas e outros dirigentes do PSD terem defendido o
entendimento.
Nós sabemos que a direita onde cabem Paulo Rangel, Nuno Melo
e Paulo Núncio não quer alianças com o partido fascista, e à semelhança de
Macron em França não hesitará em preferi-la a qualquer esquerda. Só são democratas
enquanto podem.
Os beneficiários do desmantelamento do Estado já andam aí a criar
o ambiente eleitoral para responsabilizar o PS pela eventual queda do Governo, enquanto
o PR anda em todas as televisões como almocreve ao seu serviço.
O PR tem um governo, uma maioria e um presidente da AR e vai
ter um/a PGR para o/a qual já tem perfil. O crime compensou. Por isso lhe doi
tanto a possibilidade de o PS o deixar a viver o drama do ocaso presidencial
sem governo, sem maioria, sem execução da agenda neoliberal, sem popularidade,
sem filho e sem respeito.
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