Marques Mendes e o dogma da Santíssima Trindade
Marques Mendes e o dogma da Santíssima Trindade (Três pessoas iguais, distintas e só uma verdadeira).
Marques Mendes esteve ontem na sua homilia semanal, na
qualidade de Conselheiro de Estado, alter ego de Marcelo e comentador (três
pessoas) a defender (uma só pessoa), o candidato a PR. Ele próprio.
A bajulação a Montenegro, à semelhança da de Marcelo a
Passos Coelho, nas mesmas circunstâncias, foi o preço do apoio que espera. A sua
baixeza ética descobriu no PM a liderança notável da crise dos fogos; no
ministro das infraestruturas excelente prestação; e na incompetência da ministra
da Administração Interna, só necessidade de ajuda. E defendeu a narrativa de
Montenegro com os incendiários e a intrusão do PM na Justiça. Para eles vale
tudo na luta partidária, incluindo a mentira.
Procurou dar como ultrapassado o incómodo tema dos incêndios
e não teve pejo de se juntar ao PM, ao PR e às informações que o PR planta nos
media, para atribuir ao PS a culpa das eleições que o PM ansiosamente procura.
Não hesitou, aliás, em mentir para reiterar a mentira do PM no comunicado onde
acusa o PS de recusar agendar a reunião com o seu líder, apesar da data já sugerida
e que o PM só anunciou e confirmou depois de fazer crer que essa reunião resultara
do comunicado.
Marques Mendes fez eco da mentira para evitar o voto no PS de
eleitores moderados do PSD. Depois das eleições, o PSD reforçado com votos
retirados ao Chega e ao IL, aliar-se-á a eles para cumprir a agenda que levou o
PR a dissolver a AR.
É horrível a aliança com fascistas, mas não constrange o PSD
ou Marcelo. A relutância só é difícil para Montenegro por ter baseado a
campanha eleitoral no “não é não”, mas é o desejo do PSD de Cavaco e Passos
Coelho que a substituição de Rui Rio deixou sem freio democrático.
As campanhas de Marques Mendes à Presidência, do PSD para legislatura
completa, em aliança com o Chega, à semelhança do que já sucede em vários
países da Europa, e para o branqueamento de Marcelo, artífice do novo PREC
(Processo Reacionário Em Curso), já estão em marcha e vão acelerar com Marcelo
a chantagear o PS.
Apostila – Com este ruído até se esquecem os problemas do
PSD e da Justiça com o Governo da Madeira. Marcelo, Marques Mendes e Miguel Albuquerque
continuam as referências éticas do Conselho de Estado.
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