Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
«Horas antes, el presidente de Fedecámaras Bolívar, Senén Torrealba, renunció a su cargo de director regional. Su decisión fue motivada por "la ausencia de garantías en el derecho democrático a la disidencia".
Señaló que Fedecámaras "reincide en el protagonismo político y sus líderes asumen posiciones que no son consultadas con la base". Y dijo negarse "a ser cómplice" de esa situación.»
(aqui: http://www.eluniversal.com/2007/11/27/eco_art_fedecamaras-invita-a_614543.shtml )
Ou seja, o presidente de uma entidade que é suposto representar os empresários venezuelanos, impõe uma vontade -- votar não -- a todos eles. Toma lá que é democrático!
Chavez manda bojardas, é certo, mas não podemos esquecer a responsabilidade deste organismo patronal no golpe de estado e nas greves que quase arruinaram o país há uns anos.
Actualmente acusa-se (não só Chávez o faz) a Fedecamaras de ser responsável pelo desabastecimento propositado no mercado interno de alguns produtos de consumo de primeira necessidade, há suspeitas de conspiração e há antecedentes.
O que se passa é que a reforma vai permitir ao Estado (ou ao governo, ou às comunas, ou ao Chávez, não importa) algum controlo sobre os meios de produção. Esta é que é realmente a grande batalha oculta do patronato, não se trata das questões bonitas como democracia com que tentam tapar os olhos.
Outra coisa: quem ler as notícias na imprensa (internet) sobre as sondagens ao referendo, praticamente todas falam na vitória do "não" e mais recentemente no empate técnico (que prudente!). Outras há que ao assim noticiar, ainda dão conta que do lado governo há outras sondagens contraditórias (àquelas, claro, não entre si) que dão vitória ao "sim".
No entanto, é muito raro encontrar alguém que noticie este facto, e só com muita paciência lá descobrimos que há projecções que dão no mínimo 10% de vantagem do "sim" relativamente ao "não".
Perante os factos:
--- acusa a CNE (comissão nacional de eleições) os orgãos de comunicação social (tv e imprensa) de ter dedicado ampla cobertura da oposição (alguns casos a ir aos 80%) e que vai investigar o desequilíbrio informativo;
--- a guerra de sondagens é já conhecida de outras eleições (que já foram muitas);
--- a manifestação dos estudantes a favor da reforma foi no mínimo esmagadora relativamente aos outros que se dizem representantes dos estudantes; no entanto, os actos dos segundos foram sobre avaliados pela imprensa venezuelana que se não deu o devido relevo aos malvados chavistas (o vídeo da mobilização chavista está na internet e não augura nada de bom para os defensores do "não");
--- A oposição tenta agora convocar o término da campanha para a avenida Bolívar, tradicionalmente o espaço das demonstrações chavistas (onde mais uma vez vai culminar a campanha do "sim"), e dizem eles que não querem conflitos nem violência! Entretanto vão dizendo que de forma alguma vão permitir que lhes imponham a reforma, demonstrando assim as suas qualidades democráticas e rivalizando com o abominado Chavez em declarações incendiárias.
adivinha-se a estratégia: conseguir na rua o que provavelmente não vão conseguir pela via democrática, denunciando uma pretensa fraude, num país da América Latina cujos actos eleitorais mais são vigiados por observadores internacionais.
É curioso, mas perante não só o amplo apoio a Chávez como também perante a mediocridade e cinismo dos seus opositores, dá-me a sensação que ao reunir o discurso das questões sociais com os modos autoritários ou mesmo mal-educados, Chávez é quem neste momento melhor representa todo o povo venezuelano, para o bem e para o mal.
Todos eles têm o presidente que merecem.
As mudanças da constituição vão ser referendadas, ao contrário dos “democratas” europeus que com medo do povo não querem referendar o Tratado de Lisboa.
Depois é claro que quando alguém ameaça “impedir por todos os meios” isso tem um sentido muito lato. Será através de um novo golpe de estado, apoiado novamente por Madrid? Imagem só o barulho que não seria uma organização anti-aborto ameaçar que iria a aplicação da lei por todos os meios? Já estou a ver a notícia neste blogue.
O presidente Hugo Chavez está a ser bombardeado em todas as frentes, sobretudo porque se atreveu a fazer frente aos americanos e como tal foi-lhe logo lida a sentença; queimado na fogueira dos hereges.
Tenho esperança no socialismo a criar na Venezuela, é certo que nestes países é fácil as coisas descambarem, para a corrupção e ditadura, mas eu vou aguardar e seguir com interesse os próximos episódios.
Quando é que se procura outro "objectivo" que sirva de motivo noticioso face á sua (deles) falta de Democracia Interna?.
"Exemplos noticiosos", certamente não faltarão.
Afinal, a democracia é a vontade da maioria...Chavez, é um democrata musculado porque o povo quer.
O problema, é que os EUA, não controlam Chavez, por outro lado ele tem amigos inconvenientes, para os americanos...o povo é paupérrimo, impõem-se a redistribuição da riqueza, o país é rico.
Deixem o Chavez em paz...