O AMARGO LAMENTO DE UM CONCUBINATO POUCO DEMOCRÁTICO
O acordo PS/PSD sobre uma nova lei das autarquias poderá acabar com este espectáculo. Os problemas - todos os problemas que infectam o Poder Local - desde o favorecimento até à corrupção, vão continuar a existir, só que deixam de se ver, ouvir e falar.
As Assembleias Municipais vão ser um antro especialmente dedicado ao caciquismo e à concertação de interesses. Aqueles incómodos vereadores eleitos pelo método de Hont, vão à vida...
Com uma reuniãozinha entre Sanatana Lopes e Alberto Martins, mandou-se à vida os sectores políticos minoritários, que tanto barulho fazem e pouco representam. Olha, representam quem não merecia estar representado.
A calma olimpica chegou à gestão municipal. Não haverá mais, p. exº., Sá Fernandes, oriundo de um mini-partido, a denunciar negócios com a Bragaparques. Isso eram coisas do PREC, no tempo em que havia queixas, detenções, termos de identidade e residência, e muitos arguidos. Poucos julgados. Tempos em que o MP e a PJudiciária se atreviam a enfrentar eleitos pelo povo. Em que Tribunais retiravam mandatos outorgados pelos munícipes. Uma bagunçada!
O País não precisa de saber de escândalos, precisa de tratar da vidinha, que é como quem diz - fazer os seus negócios, sem estorvos.
O País rosa/laranja... na sua plenitude, no seu esplendor, mas próximo, muito próximo da sátira política queirosiana.
Quem é que quer saber das questões de Oeiras, Felgueiras, Gondomar, Abrantes, etc.?
Já foi tudo tratado nos gabinetes. Em Dezembro, se os senhores estiverem para isso, conheceremos os pormenores. Como prenda de Natal.
«Agora, com pena o digo, não tenho qualquer dúvida que [Marcelo Rebelo de Sousa] vai ficar na História como o pior presidente de todos». (Lida no blogue Causa Nossa, Vital Moreira)
Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
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O AMARGO LAMENTO DE UM CONCUBINATO POUCO DEMOCRÁTICO
O acordo PS/PSD sobre uma nova lei das autarquias poderá acabar com este espectáculo.
Os problemas - todos os problemas que infectam o Poder Local - desde o favorecimento até à corrupção, vão continuar a existir, só que deixam de se ver, ouvir e falar.
As Assembleias Municipais vão ser um antro especialmente dedicado ao caciquismo e à concertação de interesses.
Aqueles incómodos vereadores eleitos pelo método de Hont, vão à vida...
Com uma reuniãozinha entre Sanatana Lopes e Alberto Martins, mandou-se à vida os sectores políticos minoritários, que tanto barulho fazem e pouco representam.
Olha, representam quem não merecia estar representado.
A calma olimpica chegou à gestão municipal.
Não haverá mais, p. exº., Sá Fernandes, oriundo de um mini-partido, a denunciar negócios com a Bragaparques.
Isso eram coisas do PREC, no tempo em que havia queixas, detenções, termos de identidade e residência, e muitos arguidos. Poucos julgados. Tempos em que o MP e a PJudiciária se atreviam a enfrentar eleitos pelo povo.
Em que Tribunais retiravam mandatos outorgados pelos munícipes.
Uma bagunçada!
O País não precisa de saber de escândalos, precisa de tratar da vidinha, que é como quem diz - fazer os seus negócios, sem estorvos.
O País rosa/laranja... na sua plenitude, no seu esplendor, mas próximo, muito próximo da sátira política queirosiana.
Quem é que quer saber das questões de Oeiras, Felgueiras, Gondomar, Abrantes, etc.?
Já foi tudo tratado nos gabinetes.
Em Dezembro, se os senhores estiverem para isso, conheceremos os pormenores.
Como prenda de Natal.