O AMARGO LAMENTO DE UM CONCUBINATO POUCO DEMOCRÁTICO
O acordo PS/PSD sobre uma nova lei das autarquias poderá acabar com este espectáculo. Os problemas - todos os problemas que infectam o Poder Local - desde o favorecimento até à corrupção, vão continuar a existir, só que deixam de se ver, ouvir e falar.
As Assembleias Municipais vão ser um antro especialmente dedicado ao caciquismo e à concertação de interesses. Aqueles incómodos vereadores eleitos pelo método de Hont, vão à vida...
Com uma reuniãozinha entre Sanatana Lopes e Alberto Martins, mandou-se à vida os sectores políticos minoritários, que tanto barulho fazem e pouco representam. Olha, representam quem não merecia estar representado.
A calma olimpica chegou à gestão municipal. Não haverá mais, p. exº., Sá Fernandes, oriundo de um mini-partido, a denunciar negócios com a Bragaparques. Isso eram coisas do PREC, no tempo em que havia queixas, detenções, termos de identidade e residência, e muitos arguidos. Poucos julgados. Tempos em que o MP e a PJudiciária se atreviam a enfrentar eleitos pelo povo. Em que Tribunais retiravam mandatos outorgados pelos munícipes. Uma bagunçada!
O País não precisa de saber de escândalos, precisa de tratar da vidinha, que é como quem diz - fazer os seus negócios, sem estorvos.
O País rosa/laranja... na sua plenitude, no seu esplendor, mas próximo, muito próximo da sátira política queirosiana.
Quem é que quer saber das questões de Oeiras, Felgueiras, Gondomar, Abrantes, etc.?
Já foi tudo tratado nos gabinetes. Em Dezembro, se os senhores estiverem para isso, conheceremos os pormenores. Como prenda de Natal.
Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
“Comemora-se em todo o país uma promulgação do despacho número Cem da Marinha Mercante Portuguesa, a que foi dado esse número não por acaso, mas porque ele vem na sequência de outros noventa e nove anteriores promulgados...” “A minha boa vontade não tem felizmente limites. Só uma coisa não poderei fazer: o impossível. E tenho verdadeiramente pena de ele não estar ao meu alcance.” “Neste almoço ouvi vários discursos, que o Governador Civil intitulou de simples brindes. Peço desculpa, mas foram autênticos discursos.” “A Aeronáutica, como várias vezes disse, é um complemento da navegação marítima, pois com o progresso da técnica e a rapidez da vida de hoje, era necessário por vezes chegar mais depressa.” “O caminho certo é o que Portugal está seguindo; e mesmo que assim não fosse não há motivo para nos arrependermos ou para arrepiar caminho” [1964] “Eu devo dizer que as incompreensões e as críticas – e quando me refiro ás críticas refiro-me àquelas que não sã...
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O AMARGO LAMENTO DE UM CONCUBINATO POUCO DEMOCRÁTICO
O acordo PS/PSD sobre uma nova lei das autarquias poderá acabar com este espectáculo.
Os problemas - todos os problemas que infectam o Poder Local - desde o favorecimento até à corrupção, vão continuar a existir, só que deixam de se ver, ouvir e falar.
As Assembleias Municipais vão ser um antro especialmente dedicado ao caciquismo e à concertação de interesses.
Aqueles incómodos vereadores eleitos pelo método de Hont, vão à vida...
Com uma reuniãozinha entre Sanatana Lopes e Alberto Martins, mandou-se à vida os sectores políticos minoritários, que tanto barulho fazem e pouco representam.
Olha, representam quem não merecia estar representado.
A calma olimpica chegou à gestão municipal.
Não haverá mais, p. exº., Sá Fernandes, oriundo de um mini-partido, a denunciar negócios com a Bragaparques.
Isso eram coisas do PREC, no tempo em que havia queixas, detenções, termos de identidade e residência, e muitos arguidos. Poucos julgados. Tempos em que o MP e a PJudiciária se atreviam a enfrentar eleitos pelo povo.
Em que Tribunais retiravam mandatos outorgados pelos munícipes.
Uma bagunçada!
O País não precisa de saber de escândalos, precisa de tratar da vidinha, que é como quem diz - fazer os seus negócios, sem estorvos.
O País rosa/laranja... na sua plenitude, no seu esplendor, mas próximo, muito próximo da sátira política queirosiana.
Quem é que quer saber das questões de Oeiras, Felgueiras, Gondomar, Abrantes, etc.?
Já foi tudo tratado nos gabinetes.
Em Dezembro, se os senhores estiverem para isso, conheceremos os pormenores.
Como prenda de Natal.