Espanha - O estertor do fascismo

Na lúgubre evocação não faltou um padre a adejar a sotaina para honrar «aquele que foi, pela graça de Deus, caudillo de Espanha», nem um estudante de economia, de braço ao alto, orgulhoso de ser neto de quem «matou 156 ‘vermelhos’ à metralhadora em 1936, na Galiza e depois foi comer marisco».
Estavam lá os detritos da memória de um tempo em que o fascismo e o altar se aliaram para matar os sonhos de liberdade. O ódio que ainda os corrói vê-se nos rostos grotescos e nos braços estendidos junto de um monumento pio edificado por 15 mil condenados a trabalhos forçados.
A grotesca encenação de quem se reclama sempre «espanhol e católico» teve do poder legal, como resposta, a «lei da memória histórica» enquanto da parte eclesiástica se faz sentir um silêncio cúmplice perante as homenagens ao seu venerado Caudillo.

Comentários
Não me faz a ofensa de pensar que eu confundo a direita democrática com os fascistas das camisas azuis!
Mas quem eles distinguiram com os piores impropérios não foi a Mariano Rajov nem ao rei.
O rei foi educado por um democrata, por um homem que não se ajoelhava, nem se curvava, perante Franco. E se há algo que tenho como válido e duradouro é, exactamente, as virtudes de uma boa educação.
Mas esta extrema-direita - até porque se sente orfã - tem capacidade intrínseca para se tornar agressiva.
Nunca soube viver sem um caudilho.
Neste momento, está sem rei nem roque.
Tenta respirar na sufocante "espuma" da História.
Amanhã, 20 de Novembro, é a sua grande efeméride:
As mortes de Primo de Rivera e de Francisco Franco.
Que a Espanha tenha um dia feliz e tranquilo.