Momento de poesia
FOTOGRAFIA NO DESERTO
No seu rosto, nem alegria nem tristeza.
Olha apenas fixamente a máquina
que lhe retrata
a alvura dos dentes, rentes e alinhados,
os grandes olhos negros
os lábios firmes e sensuais
o corpo sentado
com o filho nos braços,
pendurado no seio seco e enrugado.
A túnica de azul vivo
cobre-a de outros olhares
apenas mostrando os pés gretados
pelas itinerâncias errantes no deserto.
Ao fundo, ruminando a palha e o tempo,
um camelo espera, indiferente,
que a tribo levante o acampamento
e caminhe ao lado do Sol.
Alexandre de Castro - Ourém, Fevereiro de 2007
No seu rosto, nem alegria nem tristeza.
Olha apenas fixamente a máquina
que lhe retrata
a alvura dos dentes, rentes e alinhados,
os grandes olhos negros
os lábios firmes e sensuais
o corpo sentado
com o filho nos braços,
pendurado no seio seco e enrugado.
A túnica de azul vivo
cobre-a de outros olhares
apenas mostrando os pés gretados
pelas itinerâncias errantes no deserto.
Ao fundo, ruminando a palha e o tempo,
um camelo espera, indiferente,
que a tribo levante o acampamento
e caminhe ao lado do Sol.
Alexandre de Castro - Ourém, Fevereiro de 2007
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