Arriba España

A estátua equestre do generalíssimo Franco, «caudilho de Espanha, pela graça de Deus», foi ontem removida do centro da Praça de San Juan de la Cruz, em Madrid, por ordem do Governo socialista de José Luís Zapatero.

Com a remoção do último ícone madrileno do ditador, em frente aos Novos Ministérios criados por Azaña, durante a República, desaparece a afronta que datava de 1959. A estátua, com mais de sete metros, deixa de ser alvo das cada vez mais escassas manifestações fascistas e dos cada vez mais frequentes actos de vandalismo que a cobriam de tinta e de excrementos.

Em todo o País, resta uma estátua igual em Santander, saída dos mesmos moldes, com remoção aprazada. E não há mais estátuas públicas do frio e sinistro ditador. O carácter simbólico e emblemático desta remoção é evidente.

Pode dizer-se que a memória não se apaga e a história não se altera, mas a estátua não foi destruída, apenas lhe foi reservado local mais adequado, num armazém municipal.

Resta ainda procurar as valas comuns onde milhares e milhares de republicanos, anarquistas e comunistas foram amontoados depois das torturas, massacres e assassinatos que se perpetuaram após o esmagamento das liberdades e da consolidação da ditadura. Só assim se exuma a memória dolorosa de quatro décadas de horror.

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