RTP – 1. Os Prós e os Contras

Ontem a Associação Nacional de Farmácias deu-se ao luxo de declinar o convite para o programa da RTP-1. A discussão da intenção governamental de venda de medicamentos que não carecem de receita, fora das farmácias, tinha quem defendesse os interesses da poderosa ANF sem necessidade de maior desgaste do seu presidente João Cordeiro.

Argumentos que contrariassem a decisão de Sócrates é que não apareceram. A saúde pública, o perigo de intoxicações, os riscos de automedicarão, etc., etc., não ficaram provados, embora ninguém se tivesse lembrado de perguntar se os riscos desapareceriam se o local de aquisição fosse uma farmácia em vez de uma grande superfície, por exemplo.

A ANF já dá por perdida esta batalha pois, caso contrário, era o descrédito total do Governo e do PS. O que a ANF quer (e aposto dobrado contra singelo que consegue) é impedir a liberalização do comércio farmacêutico, manter o sistema de alvarás que se transaccionam por milhões de euros, continuar a fazer a intermediação financeira entre o Estado e as farmácias, manter-se como um grupo de pressão capaz de influenciar a política de saúde e tornar reféns os Governos.

Cabe a quem se revê no essencial da política do actual Governo, bater-se pela defesa das suas decisões, explicá-las com paciência e ajudá-lo a combater os grupos de pressão e as numerosas corporações, capazes de ameaças e chantagem. Para isso, é preciso conquistar a opinião pública. Doutro modo a democracia reduzir-se-á ao direito ao voto. A própria liberdade de expressão ficará condicionada por quem detém a propriedade dos órgãos de comunicação social.

Apostila – É preciso resolver o problema do financiamento partidário. Se o sistema não for revisto, nunca sabemos onde falta a coragem política aos governos ou onde começa o medo da chantagem na altura de tomar grandes decisões.

Comentários

Anónimo disse…
Resolver o problema do financ dos partidos, para quê?
Não há um órgão do Estado para verificar as contas e dizer de sua justiça? E pôr os PP na boa ordem?
Agora se se tal órgão se demite das suas responsabilidades, como tantos outros, nunca mais.

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