A polémica sobre os medicamentos de venda livre
A venda de medicamentos que não carecem de prescrição médica, fora do âmbito das farmácias, é uma boa medida. É, aliás, uma prática que, dos EUA à Europa, passando pelo Brasil, tem inúmeros precedentes. A polémica de que se fala é a luta da ANF (Associação Nacional de Farmácias) e dos seus associados pela manutenção de um anacrónico modelo de condicionamento comercial.
Qualquer cidadão pode aspirar a ser dono de um laboratório farmacêutico ou de análises clínicas, de um consultório médico ou de uma clínica, até de um hospital, mas só um farmacêutico pode legalmente ter a propriedade de uma farmácia. A ANF, cujo poder aumentou desmesuradamente quando Costa Freire foi secretário de Estado da Saúde, é detentora de enormes recursos financeiros e tudo fará para combater o Governo. Cabe aos cidadãos distinguir os interesses corporativos dos interesses nacionais.
Ainda há poucos anos a ANF pretendia que a venda de preservativos fosse um exclusivo das farmácias. Perdida a batalha, os preços baixaram significativamente e as marcas e a qualidade mantiveram-se. Agora vêm falar dos perigos dos medicamentos vendidos à sua revelia como se os riscos dependessem do local de aquisição.
Não está em causa o controlo da saúde pública e a utilidade do farmacêutico. As farmácias continuarão a ter um director técnico. Só não se vê a necessidade dessa função ter de coincidir com a de proprietário.
A medida anunciada é um primeiro passo que deve alargar-se à liberalização da propriedade das farmácias e abolição do condicionamento administrativo da abertura de novas farmácias. Vai ser um braço de ferro que exige coragem, uma oportunidade para o Governo mostrar firmeza.
As farmácias reagem mal. Os portugueses, na sua grande maioria, vão reagir bem.
Qualquer cidadão pode aspirar a ser dono de um laboratório farmacêutico ou de análises clínicas, de um consultório médico ou de uma clínica, até de um hospital, mas só um farmacêutico pode legalmente ter a propriedade de uma farmácia. A ANF, cujo poder aumentou desmesuradamente quando Costa Freire foi secretário de Estado da Saúde, é detentora de enormes recursos financeiros e tudo fará para combater o Governo. Cabe aos cidadãos distinguir os interesses corporativos dos interesses nacionais.
Ainda há poucos anos a ANF pretendia que a venda de preservativos fosse um exclusivo das farmácias. Perdida a batalha, os preços baixaram significativamente e as marcas e a qualidade mantiveram-se. Agora vêm falar dos perigos dos medicamentos vendidos à sua revelia como se os riscos dependessem do local de aquisição.
Não está em causa o controlo da saúde pública e a utilidade do farmacêutico. As farmácias continuarão a ter um director técnico. Só não se vê a necessidade dessa função ter de coincidir com a de proprietário.
A medida anunciada é um primeiro passo que deve alargar-se à liberalização da propriedade das farmácias e abolição do condicionamento administrativo da abertura de novas farmácias. Vai ser um braço de ferro que exige coragem, uma oportunidade para o Governo mostrar firmeza.
As farmácias reagem mal. Os portugueses, na sua grande maioria, vão reagir bem.
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