Negócios suspeitos
Anuncia hoje o «Público» que um negócio de mais de 500 milhões de euros foi adjudicado pelo anterior Governo três dias após as eleições.
Acresce que o despacho foi assinado pelo ex-ministro Bagão Félix e por Daniel Sanches, respectivamente titulares das Finanças e da Administração Interna, sendo o consórcio vencedor administrado por uma empresa administrada por Daniel Sanches, antes de integrar o «Governo» de Santana Lopes, empresa - a Plêiade - que tem como administrador não executivo Dias Loureiro.
Um mínimo de bom senso e a elementar ética política recomendariam a um Governo de gestão abster-se de tomar uma decisão de tamanha envergadura. Três dias após a derrota eleitoral, não levanta apenas suspeitas, confirma o despudor de um Governo cuja actuação errática conduziu a um verdadeiro desastre económico, social e político.
Bagão Félix, com o apoio entusiástico de forças obscuras que lançaram o boato sobre a sua competência, estreou-se como ministro a demitir, de uma só vez, 18 directores e outros tantos subdirectores da Segurança Social. Distinguiu-se, nas Finanças, a assegurar uma sinecura para Celeste Cardona, na CGD, e terminou, após a elaboração de um orçamento irrealista e medíocre, a assinar um despacho de duvidosa legitimidade política e suspeita urgência. Foram três anos para esquecer.
Carlos Esperança
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