Arre porra que é demais
Perante a ausência de novos factos e o excesso de agitação mediática que aí vai por causa do processo Freeport, recordo as pessoas, que seria vergonha para qualquer partido de bem ter como militantes, que se prestaram à canalhice de assassinar politicamente Ferro Rodrigues, uma referência ética e política da nossa democracia.
Foi no tempo em que o país andou à deriva com Durão Barroso e Paulo Portas, com a justiça entregue a Celeste Cardona e a PJ dirigida por Adelino Salvado que em vez de responder por violação do segredo de justiça e perseguição a um líder partidário foi parar, como juiz desembargador, à Relação de Lisboa.
Mais tarde assisti à infame insinuação do Menino Guerreiro sobre a alegada homossexualidade de Sócrates, o que para mim significava o mesmo que divulgar-lhe o grupo sanguíneo, por exemplo, mas que se inseria numa campanha miserável num país que a cultura pia tornou homofóbico.
Já antes (lembram-se leitores?) tinha havido contra Guterres uma campanha que, a pretexto de uma fundação para a Segurança Rodoviária, que posteriormente viria a ser considerada legal e impoluta, pretendia demonstrar o carácter venal de Guterres com os dinheiros públicos.
Contra Sócrates, voltou agora a campanha com que há quatro anos lhe quiseram assassinar o carácter, o caso Freeport, hibernado durante anos e, tal como a Fénix, de novo renascido das cinzas.
Não tendo acesso a informação privilegiada nem a tertúlias de intriga, não vejo menos razão para acreditar no comunicado da PGR e na palavra de José Sócrates do que na de Pacheco Pereira que chama situacionistas aos jornais que não trazem na capa uma chamada de atenção para as insinuações.
Vale a pena ler um adversário e contundente crítico do primeiro-ministro:
Porém, este caso do Freeport fez-me reflectir sobre a natureza da indignidade e os fundamentos da sordidez. Nos últimos três anos, o homem foi acusado de forjar uma licenciatura, de ser homossexual (uma acusação abjecta, com remetente conhecido) e, agora, de estar envolvido numa tecelagem de corrupção. A história escora-se numa trama obscura, mas o estilo caracteriza a procedência. Não pertenço à matilha. As desprezíveis fugas de informação parecem obedecer a um calendário político. Seria Sócrates muito tolo, e não o é, acaso se se deixasse enredar numa teia tão rudimentar e insensata quanto os noticiários no-lo revelam. Creio que esta ruideira não o afectará politicamente. Lembram-se da campanha contra Sá Carneiro? Viver em Portugal é perigosíssimo. (Batista-Bastos)
Comentários
arre porra c.
e ainda fico em deficit
quanto ao que tudo isto me sugere de nojo...
abraço