Coreia do Norte - ditadura hereditária
O líder norte-coreano, Kim Jong-il, designou o seu filho mais novo, Kim Jong-un, de 25 anos, para lhe suceder na direcção do Partido dos Trabalhadores, no poder, abrindo caminho à designação deste como dirigente máximo do regime.
Comentário – Numa das mais obscuras e sinistras ditaduras do planeta, Kim Jong-il designa o filho, Kim Il-un, de 25 anos, para lhe suceder. Vai na terceira geração de biltres a única dinastia comunista da história, inaugurada por Kim Il-sung.
Comentários
As dinastias "comunistas" são o triunfo do individualismo predatório dos dirigentes , em detrimento das liberdades individuais.
Podemos andar à volta, procurar explicações, enquadramentos históricos, mas quando se trata de ditaduras, chegamos sempre ao mesmo ponto de partida - as liberdades.
A Coreia do Norte é o exemplo acabado deste inconcebível programa.
De facto, hoje, é extremamente difícil - qualquer partido -arvorar-se em exclusivo defensor dos trabalhadores.
Nunca existiu tanta debilidade no Mundo do trabalho. Tanta dispersão de interesses, tanta desunião.
Da condição de explorados passaram à de "excluídos" socialmente (o desemprego e/ou os "empregos fictícios", a precariedade do trabalho, etc.).
São excrescências do sistema. As relações de trabalho e uma falsa modernização do aparelho produtivo transformaram-nos em novos "escravos".
Da exclusão social passaram para o absurdo político. Servem, apenas, para "enfeitar".
Nas grandes celebrações narcisistas desses regimes (como a Coreia do Norte) são meros figurantes (sejam civis ou militares). Puro folclore.
A criação da figura Lider, Grande Líder, Amado e Querido Líder rodeado da sua guarda pretoriana (partidária e militar), é o garante da continuidade da ignomínia desses homens e mulheres nesta "nova escravatura".
O autoritarismo e o centralismo destes poderes fátuos, corruptos e irreais, vão tornando cada vez mais viáveis os verdadeiros libertários. Estes, sentem que a História lhes bate novamente à porta...
As dinastias foram instrumentos da estabilização e continuidade do Poder, essencialmente oriundas da Ásia, nomeadamente na China e tiveram a sua função histórica, nomeadamente na consolidação do poder imperial.
Depois chegaram ao Ocidente, contemplando os "Senhores da Guerra", sob a benção do poder religioso.
No Oriente praticamente já feneceram. Restam estes exemplos caricatos - como a Coreia do Norte, etc.
No Ocidente, são a tradição travestida do mais sofisticado conservadorismo nacionalista.
Só que a Coreia do Norte não existe. É uma das ficções da II Guerra Mundial.
Resulta do confronto entre os EUA e a China comunista e é resultado do tenso equilíbrio geopolítico conseguido na Ásia, acicatado (radicalizado) pela arrogância e imprudência do General Douglas MacArthur.
Hoje, a existência de duas Coreias, é um resquício da História.
Um remoto lugar do Mundo onde, ainda, não acabou a "Guerra Fria".
Para sobreviver a este fantasma, controlar a pobreza e a fome endémicas, evitar a revolta dos oprimidos, o "nacionalismo" coreano, o kim-il-sunguismo, criou, em Pyongyang, um desmesurado Exército, empenhou os seus parcos recursos no desenvolvimento de um vector bélico nuclear (mais para para exibir, do que para dissuadir) e, finalmente, instituíu uma "Monarquia Comunista".
Foi esta última nuance que regeu (reger é mesmo o termo!) a sucessão de Kim Jong-il pelo seu imberbe e indigitado filho Kim Jong-un.
Poderia ser coroado como: Kim III...