Hamas: mais uma brincadeira de mau gosto
Sei que não é brincadeira.
Os terroristas do Hamas levam-se muito a sério.
E eu também os levo muito a sério!
Depois de andar a bombardear aldeias e cidades do sul de Israel desde inícios de Dezembro, de - perante a incursão militar israelita de auto-defesa - se esconderem em escudos humanos, recheados de crianças, idosos e mulheres, de usarem templos religiosos e escolas como armazéns de arsenal bélico e fábricas de armamentos, os líderes do Hamas, tranquilamente instalados nas suas habitações no Líbano, vêm agora dar palpites sobre a origem e o fim da guerra.
O optimismo deve prevalecer. Todos deviam desejar que a partir desta semana, com o fim da guerra das três semanas contra o Hamas, com a tomada de posse do Presidente Barack Obama, com o reforço da Autoridade Palestiniana, com a compreensão por parte dos regimes árabes que não podem continuar a tolerar organizações criminosas que, em última instância, provocarão também a desestabilização dos seus próprios países, com todos estes factores - dizia eu - teremos as bases para um novo diálogo e a criação de dois Estados soberanos, vivendo lado a lado, pacificamente e em harmonia: Israel e a Palestina.
Oxalá!
Comentários
Não partilho do seu chamamento ao optimismo!
A trégua unilateral decidida por Israel é mais uma hipocrisia do que um acto de pacificação.
Ninguém aceita diktats desde quilate com o seu território militarmente ocupado...
Portanto, o "floreado" israelita é para impressionar Barack Obama. Mais nada.
A Paz pressupõe outras condições, principalmente, para um movimento de resistência que em legítima se socorre de actos de violência para sua defesa e que ganhou, nesse território, eleições disputadas, ao que julgo, democraticamente...
Se existe no Próximo Oriente, forças poderosas capazes de perturbar a Paz, um belicismo patente e latente, essas forças - tivemos ocasião de observar nos ultimos dis - é o Exército e a Força Aérea israelita.
Basta contar os mortos...
Militarmente, uma coisa é flagelar outra é invadir, destruir, arrasar e ocupar. Só Israel pretende confundir a dimensão destes dois factos.
E a violência cirurgicamente estruturada da invasão, mostra que Israel prepara esta invasão Há largos meses. Muitos antes do Hamas romper formalmente o cessar fogo com os rockets.
Temos de entender que não é só Israel que dispões de serviços de informação. Não é?
Estas asserções não significam a aceitação da metodologia politico-militar do Hamas, nem os princípios doutrinários que o regem a sua prática.
Mas num território ocupado por forças estrangeiras, devemos ter a noção de que tudo é possível.
A noção de "auto-defesa" não é, na Palestina, equitativa...
E, a Alta Autoridade da Palestina, perdeu todo o controlo sobre a futura Nação Palestina.
O presidente Abbas segue as pisadas de Arafat.
Muito em breve estará cercado e aprisionado em Ramallah. E quando perder a utilidade política desaparecerá imolado no altar dos mártires da libertação.
Creio, inclusivé que, se a Faixa de Gaza continuar ocupada, a Al Fatah, provavelmente, perderá as próximas eleições na Cisjordânia.
Então, temos um problema mais complexo.
Não sei se por falta de informação
ou por encobrimento de factos o seu post é tendencioso.
Esta é a minha opinião.
E-pá que me desculpe, mas em meu entender quem age em legítima defesa é Israel, que mais não pretende que ser deixado em paz.
E a verdade é que por trás do Hamas está o Irão, que não deixará que se instaure a paz enquanto tiver o regime fanático-teocrático que tem.
Depois perguntamos: Porque é que eles nos odeiam?!...
"E-pá que me desculpe, mas em meu entender quem age em legítima defesa é Israel, que mais não pretende que ser deixado em paz."
A situação da Palestina "arrasta-se" há tanto tempo que me vejo obridado a recordar-lhe uma declaração de Lord Balfour, que remonta a 1917, em nome do Reino Unido, potência administrante do actual território da Palestina:
"Lord Balfour, o secretário inglês para os Negócios Estrangeiros, fez publicar a Declaração Balfour, em que apoiava a imigração de judeus para a Palestina e o estabelecimento de um "lar nacional para o povo judeu" na região, afirmando que: "nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas existentes".
Nota: Nessa altura a Inglaterra necessitava do apoio dos países árabes da região para combater o domínio otomano...
Caro ahp: depois deste "lar nacional para o povo judeu, chega no fim da II Grande Guerra o sionismo, em força, e os planos mudam...
Agora, o objectivo - depois de é construir o "Grande Israel" e estabeleceu-se um mapa de partilha da Palestina supervisionado pela ONU. Não tem nada a ver com as fronteira de 1967, ditadas por mais um conflito entre árabes e judeus.
Isto é, o indicador directo e simplificado (a situação é mais complexa) do evoluir da situação é:
A "guerra israelo-árabe de 1948" originou 600.000 refugiados palestinos.
Hoje, existem cerca de 3 milhões espalhados nos campos do Líbano, da Jordânia e no próprio território palestino.
Pergunta-se, hoje, em 2009:
Quem, desperadamente, anda a procura de um "lar nacional"?
Judeus ou palestinos?
Quem defende a sua terra, o direito histórico a ser uma Nação, pode ser considerado liminarmente um agressor?
É óbvio que os palestinos e os Países árabes limítrofes (Libano, Síria, Egipto e Jordânia) nunca aceitaram a criação deste Estado judeu - chamado Israel. Desde logo porque esta designação significa: Israel é a terra prometida por Deus aos hebreus..
Como os Deuses são diferentes, as promessas, também serão...
Anos mais tarde, quando um líder árabe, Nasser, jurou: "atirar os judeus ao mar!" estava declarada uma guerra permanente que dura, com curtos entremeios, até hoje.
Portanto, perguntar ou valorizar quem atirou a primeira "pedra, no Líbano, nos montes Golã, no Sinai ou, agora, em Gaza, não faz sentido.
Este problema necessita de ser resolvido porque ele condiciona toda a instabilidade do Próximo Oriente.
A sede própria será a ONU, onde começou, por onde tem transitado com total desrespeito das decisões do Conselho de Segurança e, finalmente, porque ambas as partes não confiam em ninguém. Excepto, claro está, Israel, que vai buscar a sua arrogância e brutal agressividade ao lobby judeu americano.
Os palestinos não podem dizer o mesmo dos paises árabes, estando entalados no meio de rivalidades e disputas sunitas, xiitas e outras quesílias regionais... onde o petróleo joga um papel crucial.
E, passei ao lado dos fundamentalismos - judeu e muçulmano - para não complicar esta questão.
E, Caro ahp, assim, vai o Mundo.
Concordo com quase tudo o que diz, mas o meu problema é este: historicamente, os judeus são originários daquele território; não sei, por mera ignorância, se alguns lá ficaram durante os séculos da diáspora; mas não há dúvida que muitos para lá foram desde a declaração Balfour, há quase cem anos; já lá estavam muitos há 60 anos, aquando do reconhecimento de Israel pela comunidade internacional. E agora chego ao ponto fundamental: a grande maioria dos actuais israelitas nasceram em Israel; nunca tiveram outra terra senão aquela; e agora o que hão-de fazer? atirarem-se ao mar, como o Hamas quer?
Concordo inteiramente que o problema deve ser resolvido no âmbito da ONU; mas estará o Hamas (e o Irão que o manipula!) disposto a aceitar qualquer deliberação da ONU que não seja deitar os israelitas ao mar?
Como uma imagem vale mais do que mil palavras, vou inserir um link que mostra a espantosa "evolução" do território da Palestina desde 1946 a 1999.
link
"Alguém" está a ser "empurrado" para o mar...
Não acha?