PSD à deriva
Manuela Ferreira Leite acusou a Agência Lusa de mandar propositadamente a Espanha um jornalista para “ouvir os socialistas espanhóis” sobre as declarações que fez sobre o TGV no programa “Grande Entrevista” da RTP.
Comentários: A Lusa tem à frente, de facto, um comissário político - Luís Delgado.
MFL faltou ao Conselho de Ministros em que Durão Barroso aprovou as 5 linhas do TGV?
E como votou a ministra das Finanças?
Só Bagão Félix podia fazer esquecer a sua prestação como ministra das Finanças.
Comentários: A Lusa tem à frente, de facto, um comissário político - Luís Delgado.
MFL faltou ao Conselho de Ministros em que Durão Barroso aprovou as 5 linhas do TGV?
E como votou a ministra das Finanças?
Só Bagão Félix podia fazer esquecer a sua prestação como ministra das Finanças.
Comentários
Penso que MFL não anda distraída, nem é tecnicamente incompetente para não compreender as soluções económicas que o Plano para Combater a Crise gizado pelo Governo Sócrates, contém.
De facto, julgo que o combate de Manuela Ferreira Leite e, portanto, do PSD é eminentemente político e bate-se pela:
intransigente defesa determinado modelo de capitalismo (do laissez-faire e do mercado desregulado, dito, livre).
E, nesse sentido, MFL aparece de tempos a tempos (tem notórias dificuldades na comunicação) a "riscar" investimentos e, insidiosamente, a propor que o Estado atire dinheiro para o mercado, à balda, que os empreendedores, os investidores, enfim os especuladores saberão o que fazer com os euros....
Propõe uma espécie de "New Deal à portuguesa", centrado na ajuda indiscriminada às PME's, cuja situação de sobrevivência num quadro de economia global é questionável, está mal estudado e funciona praticamente como um jogo de roleta.
É a chamada economia de casino.
Mas o seu grande objectivo (de MFL e do PSD) é salvar o capitalismo em estricta consonância com o modelo da "Escola de Chicago".
Aquilo que por cá - nós ignorantes em Economia mas experts em "topá-los" - chamamos de "capitalismo selvagem".
O PSD tem de ter a coragem de dizer publicamente, através de MFL ou de qualquer outro dirigente que venha a assumir as rédeas - o seu Plano para a crise. E se vai, ou não, integrar o esforço definido no contexto europeu.
Esta definição que, o desenrolar da crise foi tornado inadiável, é crucial para os portugueses e, em meu entender, para o PSD.
Abandonemos os constantes rodriguinhos que já exasperam a paciência, não dos PSD's, mas do grande número de protugueses e portuguesas que se sentem ameaçados com o desemprego e a perda de condições de uma vivência - ou sobrevivência - digna.
O emprego, para os portuueses, é fundamental neste momento.
Tudo o que possa ser visto ou dito e funcione como uma ameaça a esse emprego, será politicamente desastroso.
Eu até estaria de acordo que se deitasse abaixo o Centro Cultural de Belém, para uma vez acabado o derrube, se recomeçasse a reconstruí-lo. Tinha a vantagem de ser feito nas barbas de Cavaco que poderia explicar a MFL o que se estava a fazer...
Tem de ser explicado a essa Senhora, que para além do mais é professora de Economia, uma simples coisa que um um vulgar curioso (como eu) já percebeu. Esta crise financeira foi gerada pela aplicação dos princípios da "Escola de Chicago", influenciada por Milton Friedman, que num esboço para ser compreendido por trabalhadores, baseia-se numa intransigente defesa de um mercado livre e na capacidade de auto-regulação desse mesmo mercado.
Toda esta "não- regulação", somada à ganância e especulação das bolsas (nomeadamente de Wall Street) deu naquilo que estamos. Isto é, numa das maiores crises capitalistas, talvez mais grave e profunda do que a de 1929, que ia afundando os EUA.
Sendo assim abandonemos as teorias de Milton Friedman e dos seus obstinados seguidores neo-liberais.
Estas, vemos hoje com nitidez, coleccionaram derrotas e insucessos, nos 4 cantos do Mundo, sendo exemplar a devastação que os boys de Chicago causaram no Chile, após o derrube de Allende.
Mas, perante as terríveis tropelias do neo-liberalismo do mercado livre e da não-regulação, não fiquemos desarmados.
Regressemos, a Keynes, que - não sendo novidade - neste momento, mostra alguma credibilidade.
De facto, quem em alturas de crise semelhantes - mas menos graves - afirmou:
"Não fazemos nada porque não temos dinheiro, mas é precisamente porque não fazemos nada que não temos dinheiro.”
"O governo devia gastar mais do que arrecadava para aplicação em obras públicas e promover o pleno emprego..."
"O direito econôómico mais básico que um indivíduo deveria ter, segundo Keynes, seria o direito a uma remuneração obtida através do trabalho".
Enquanto esperamos por uma nova "Nova Teoria de Economia Política para Portugal", que MFL poderia estar a escrever, o melhor é fazermos esta "viragem Keynesiana", i.e., o mesmo que toda a Europa porque, de facto, estamos no mesmo barco.
Nesta altura, e penso que no futuro mais próximo, ninguém aceita navegar à deriva.
Porque foi exactamente isso que conduziu ao desastre...