Lendo a imprensa internacional…
Nas vésperas de mais um Conselho Europeu extraordinário em que se aguardam respostas para o acentuar da crise link é útil passar em revista a Imprensa internacional que, aqui e acolá, levanta questões e equaciona respostas que acabam por, saudavelmente, questionar o monolitismo das actuais soluções de Bruxelas.
Um artigo publicado hoje no The Guardian por Michael Burke (consultor de Economia deste jornal e ex-economista “sénior” no Citibank de Londres) levanta de novo a questão do resgate dos bancos e as medidas de austeridade que têm sido impostas por toda a Europa. link
Sublinha, o autor, o caso da Irlanda onde o Estado no lugar de proteger os depositantes garantido a disponibilidade de crédito, optou por resgatar os accionistas e os detentores de obrigações. O Governo irlandês e o Banco Central Europeu substituíram-se aos bancos (falidos)…
Mais à frente, analisa as medidas de austeridade, nomeadamente, as destinadas à redução do défice. Ao reduzir os rendimentos das famílias aumenta-se a relutância do sector empresarial para investir. A dívida pública não diminuirá enquanto as empresas e as famílias estão viradas para a poupança.
O articulista mostra-se confuso sobre a utilidade dos últimos cortes orçamentais adoptados pela Itália em relação aos gastos públicos (… "efusivamente" saudados pela UE e “incensados” pela Srª. Merkel). Defende o autor que estas medidas agravarão a crise em vez de a diminuir. A determinação de salvar a todo o custo os bancos privados, reduzindo os gastos públicos para proceder ao seu resgate, deixa a UE a navegar em direcção aos escolhos.
Conclui: Só invertendo o curso destes acontecimentos pode ser evitado o desastre (i.e., o inevitável “colapso” da Zona Euro)…
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