Noruega, terrorismo doméstico e questões em aberto...
Ainda é cedo para conhecermos todos os contornos da tragédia norueguesa deste último fim-de-semana.
Todavia, uma questão paira no ar. O facínora Anders Breivik agiu sozinho ou, como demonstra a prisão de um seu colaborador polaco link, trata-se de células ou bandos organizados? link
É sobejamente conhecida a atracção da extrema-direita (especialmente os neo-nazis) pelas organizações paramilitares.
Até aqui temos notícias esparsas de gangs de rua com incipiente organização que atacam em grupo movidos por concepções xenófobas, muitas vezes, grosseiramente racistas. Quase toda a Europa conhece este tipo de crimes, por vezes, extremamente violentos, até mortais.
Neste momento – uma década após o 11 de Setembro – estamos perante nova “onda” de violência que conjuga a xenofobia (anti-imigração) com o anti-islamismo?
Hoje, os movimentos de extrema-direita (que advogam a violência) têm uma melhor capacidade de organização e de articulação, através de uma mais operacional rede de contactos, nomeadamente, na internet.
Segundo relatório da Europol´s 2010 EU Terrorism Situation and Trend Report link menos de 300 ataques terroristas foram registados na Europa. Apenas 1 foi um ataque de um grupo islâmico, sendo a maioria deles cometidos por organizações separatistas em Espanha e França. Cerca de 294 actos terroristas tivereram lugar em países membros da EU (2009) o que representa uma diminuição de 33% em relação ao ano anterior e cerca de metade dos ocorridos em 2007. Nota: As estatísticas não incluem o Reino Unido porque a elaboração destes registos é diferente da dos outros Estados membros. A título de exemplo, será de considerar que, neste período, registaram-se 124 acções da responsabilidade do IRA.
Esta falsa “acalmia” sofreu um sobressalto com a tragédia norueguesa. Na verdade no último ano algo mudou. Os acontecimentos do Norte de África (a chamada “Primavera Árabe”) intensificaram o fluxo migratório de muçulmanos para a Europa.
Cresceu o conceito e a prática da “islamofobia” no discurso público decorrente do 11 de Setembro?
Este facto poderá ser o detonador de uma nova vaga de terrorismo protagonizada pelos extremistas de ultra-direita (e pelos fundamentalistas religiosos) no sentido de concertar acções e instalar o medo na sociedade civil?
Estamos perante a natividade de um outro modelo de terrorismo?
O “terrorismo doméstico” é tradicionalmente o uso da violência contra a pobreza e regimes autoritários (ditatoriais). Este novo tipo de “terrorismo doméstico” que o Mundo atónito viu acontecer na Noruega não se enquadra neste modelo clássico.
Trata-se de um fenómeno humanitário regressivo?
Ou o “multiculturalismo” deverá voltar à ordem do dia para ser abertamente (e pacificamente) discutido?
Todavia, uma questão paira no ar. O facínora Anders Breivik agiu sozinho ou, como demonstra a prisão de um seu colaborador polaco link, trata-se de células ou bandos organizados? link
É sobejamente conhecida a atracção da extrema-direita (especialmente os neo-nazis) pelas organizações paramilitares.
Até aqui temos notícias esparsas de gangs de rua com incipiente organização que atacam em grupo movidos por concepções xenófobas, muitas vezes, grosseiramente racistas. Quase toda a Europa conhece este tipo de crimes, por vezes, extremamente violentos, até mortais.
Neste momento – uma década após o 11 de Setembro – estamos perante nova “onda” de violência que conjuga a xenofobia (anti-imigração) com o anti-islamismo?
Hoje, os movimentos de extrema-direita (que advogam a violência) têm uma melhor capacidade de organização e de articulação, através de uma mais operacional rede de contactos, nomeadamente, na internet.
Segundo relatório da Europol´s 2010 EU Terrorism Situation and Trend Report link menos de 300 ataques terroristas foram registados na Europa. Apenas 1 foi um ataque de um grupo islâmico, sendo a maioria deles cometidos por organizações separatistas em Espanha e França. Cerca de 294 actos terroristas tivereram lugar em países membros da EU (2009) o que representa uma diminuição de 33% em relação ao ano anterior e cerca de metade dos ocorridos em 2007. Nota: As estatísticas não incluem o Reino Unido porque a elaboração destes registos é diferente da dos outros Estados membros. A título de exemplo, será de considerar que, neste período, registaram-se 124 acções da responsabilidade do IRA.
Esta falsa “acalmia” sofreu um sobressalto com a tragédia norueguesa. Na verdade no último ano algo mudou. Os acontecimentos do Norte de África (a chamada “Primavera Árabe”) intensificaram o fluxo migratório de muçulmanos para a Europa.
Cresceu o conceito e a prática da “islamofobia” no discurso público decorrente do 11 de Setembro?
Este facto poderá ser o detonador de uma nova vaga de terrorismo protagonizada pelos extremistas de ultra-direita (e pelos fundamentalistas religiosos) no sentido de concertar acções e instalar o medo na sociedade civil?
Estamos perante a natividade de um outro modelo de terrorismo?
O “terrorismo doméstico” é tradicionalmente o uso da violência contra a pobreza e regimes autoritários (ditatoriais). Este novo tipo de “terrorismo doméstico” que o Mundo atónito viu acontecer na Noruega não se enquadra neste modelo clássico.
Trata-se de um fenómeno humanitário regressivo?
Ou o “multiculturalismo” deverá voltar à ordem do dia para ser abertamente (e pacificamente) discutido?
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