Momento de Poesia
Eras tu, quem caminhava a meu lado
em direcção ao Sul
ao encontro da cidade branca
eras tu, a quem o vento da planície
acariciava a face e revolvia os cabelos
e eram teus os olhos profundos
a desvendar os meus
quando eu sorria
aos devaneios consentidos
eras tu, quem estava sentada
na esplanada
a olhar o recorte da baía,
pontilhada de trémulas luzes,
e a lâmina do luar espelhada no mar.
Eras tu, e só tu, em corpo inteiro
que eu sentia ali, cativa
por uns momentos na teia dos meus caprichos.
Mas, tu estavas longe, cada vez mais longe,
e eras apenas o lastro da memória
do tempo do encantamento
e eu já não te pude beijar!...
Alexandre de Castro
Lagos, Julho de 2007
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