PS: vitória de António José Seguro.
Política
António José Seguro venceu eleições no PS link
Durante o XVII Congresso Nacional do PS, em Março de 2011, José Sócrates obteve uma retumbante vitória sendo reconduzido no cargo de Secretário-Geral do partido. Aproximavam-se, para o PS, tempos difíceis decorrentes da rejeição do PEC IV que determinou a queda do XVIII Governo Constitucional. As eleições de 5 de Junho estavam à porta ensombradas por uma difícil conjuntura política, financeira, económica e social e, consequentemente, o esboroar da estratégia do Governo no sentido de evitar – a todo o custo – a intervenção externa.
O reunir das hostes socialistas à volta de Sócrates decorre também da eminência da assinatura de um “pacto de futuro” (que não um “pacto de governação”), sob a forma de um Memorando de Entendimento entre o PS, PSD e CDS/EU, BCE e FMI e, ainda, da imperiosa necessidade de preservar a unidade e a continuidade política partidária.
A instabilidade política e institucional foi marcante. No aspecto político, a par da fragilidade da posição do PS consequência dos fracassados resultados da “política de resistência” aos mercados, a nova direcção do PSD ávida da conquista do Poder e sonhando com uma coligação (pós-eleitoral) da Direita, não ofereciam condições de governabilidade estáveis capazes de enfrentar “a crise”. Na área institucional, a situação foi ainda mais complexa. Desde o baquear da solidariedade por parte do Presidente da República (cujo papel na gestação da última crise política continua por esclarecer), até à “onda neoliberal” que varre a diversos níveis as instituições europeias, tudo jogou contra a matriz ideológica do PS.
É natural que perante um quadro político tão adverso não aflorassem soluções dirigentes alternativas. Viviam-se tempos de cerrar fileiras, pelo menos publicamente. Foi esse o papel que António José Seguro adoptou, embora não descurasse a abordagem do aparelho partidário perante a eventualidade do insucesso de Sócrates, cenário possível, até provável mas, liminarmente, afastado da conjectura interna do PS.
Foi preciso para António José Seguro fazer o "trabalho de sapa" (junto das concelhias e distritais) e, pacientemente, esperar a sua vez.
Não foi necessário ser inventivo – embora as circunstâncias fossem diferentes – bastou “decalcar” o percurso e a performance do seu rival Pedro Passos Coelho. Neste aspecto as tácticas partidárias, não coincidindo totalmente, aproximam-se bastante.
E, ontem, viu consagrado o seu roteiro. Na narrativa de vitória, foi pouco inovador como o momento impunha. Declarou que: “não vai aceitar uma revisão constitucional que ponha em causa os direitos laborais e o estado social”. link.
Todavia, António José Seguro saberá que a renovação do PS terá de ir mais além para se constituir como uma verdadeira mudança. Aliás, as afirmações sobre o Estado Social (importantíssimas!) pouco acrescentam ao discurso eleitoral de José Sócrates.
O verdadeiro desafio será manter a autonomia doutrinária e ideológica perante as "amarras" que – a curto e a médio prazo - ligam o actual PS ao Memorando de Entendimento com a troika. Isto é, a social-democracia tem obrigatoriamente de elaborar e apresentar ao seu eleitorado soluções alternativas no campo financeiro e económico que acertem o passo com a realidade, e sejam uma alternativa (consistente e viável) ao neoliberalismo reinante.
Grande parte da capacidade de sucesso de António José Seguro enquanto dirigente do PS está indelevelmente ligada à UE. Também aqui, como de resto na área económica e financeira, perdemos quotas de soberania. Cada vez mais, enfrentamos um “destino colectivo”, cuja centralidade é a Europa e onde os dirigentes partidários nacionais perderam relevo.
Resumido: a capacidade de renovação do PS é indissolúvel do sucesso europeu e da renovação (alteração) da actual correlação de forças que, no seu interior, a condicionam. Regressamos, inopinadamente, ao regaço do Partido Socialista Europeu, que necessita – nesta Europa do séc. XXI – de novo protagonismo político. Na actual época de globalização as soluções social-democráticas (como de resto as liberais e conservadoras) para serem renovadoras, modernizadoras e reformistas, passam obrigatoriamente pelo crivo europeu. O somatório ou o antagonismo das forças em presença determinará o futuro da Europa, ou se formos ortodoxos, do Ocidente.
António José Seguro venceu eleições no PS link
Durante o XVII Congresso Nacional do PS, em Março de 2011, José Sócrates obteve uma retumbante vitória sendo reconduzido no cargo de Secretário-Geral do partido. Aproximavam-se, para o PS, tempos difíceis decorrentes da rejeição do PEC IV que determinou a queda do XVIII Governo Constitucional. As eleições de 5 de Junho estavam à porta ensombradas por uma difícil conjuntura política, financeira, económica e social e, consequentemente, o esboroar da estratégia do Governo no sentido de evitar – a todo o custo – a intervenção externa.
O reunir das hostes socialistas à volta de Sócrates decorre também da eminência da assinatura de um “pacto de futuro” (que não um “pacto de governação”), sob a forma de um Memorando de Entendimento entre o PS, PSD e CDS/EU, BCE e FMI e, ainda, da imperiosa necessidade de preservar a unidade e a continuidade política partidária.
A instabilidade política e institucional foi marcante. No aspecto político, a par da fragilidade da posição do PS consequência dos fracassados resultados da “política de resistência” aos mercados, a nova direcção do PSD ávida da conquista do Poder e sonhando com uma coligação (pós-eleitoral) da Direita, não ofereciam condições de governabilidade estáveis capazes de enfrentar “a crise”. Na área institucional, a situação foi ainda mais complexa. Desde o baquear da solidariedade por parte do Presidente da República (cujo papel na gestação da última crise política continua por esclarecer), até à “onda neoliberal” que varre a diversos níveis as instituições europeias, tudo jogou contra a matriz ideológica do PS.
É natural que perante um quadro político tão adverso não aflorassem soluções dirigentes alternativas. Viviam-se tempos de cerrar fileiras, pelo menos publicamente. Foi esse o papel que António José Seguro adoptou, embora não descurasse a abordagem do aparelho partidário perante a eventualidade do insucesso de Sócrates, cenário possível, até provável mas, liminarmente, afastado da conjectura interna do PS.
Foi preciso para António José Seguro fazer o "trabalho de sapa" (junto das concelhias e distritais) e, pacientemente, esperar a sua vez.
Não foi necessário ser inventivo – embora as circunstâncias fossem diferentes – bastou “decalcar” o percurso e a performance do seu rival Pedro Passos Coelho. Neste aspecto as tácticas partidárias, não coincidindo totalmente, aproximam-se bastante.
E, ontem, viu consagrado o seu roteiro. Na narrativa de vitória, foi pouco inovador como o momento impunha. Declarou que: “não vai aceitar uma revisão constitucional que ponha em causa os direitos laborais e o estado social”. link.
Todavia, António José Seguro saberá que a renovação do PS terá de ir mais além para se constituir como uma verdadeira mudança. Aliás, as afirmações sobre o Estado Social (importantíssimas!) pouco acrescentam ao discurso eleitoral de José Sócrates.
O verdadeiro desafio será manter a autonomia doutrinária e ideológica perante as "amarras" que – a curto e a médio prazo - ligam o actual PS ao Memorando de Entendimento com a troika. Isto é, a social-democracia tem obrigatoriamente de elaborar e apresentar ao seu eleitorado soluções alternativas no campo financeiro e económico que acertem o passo com a realidade, e sejam uma alternativa (consistente e viável) ao neoliberalismo reinante.
Grande parte da capacidade de sucesso de António José Seguro enquanto dirigente do PS está indelevelmente ligada à UE. Também aqui, como de resto na área económica e financeira, perdemos quotas de soberania. Cada vez mais, enfrentamos um “destino colectivo”, cuja centralidade é a Europa e onde os dirigentes partidários nacionais perderam relevo.
Resumido: a capacidade de renovação do PS é indissolúvel do sucesso europeu e da renovação (alteração) da actual correlação de forças que, no seu interior, a condicionam. Regressamos, inopinadamente, ao regaço do Partido Socialista Europeu, que necessita – nesta Europa do séc. XXI – de novo protagonismo político. Na actual época de globalização as soluções social-democráticas (como de resto as liberais e conservadoras) para serem renovadoras, modernizadoras e reformistas, passam obrigatoriamente pelo crivo europeu. O somatório ou o antagonismo das forças em presença determinará o futuro da Europa, ou se formos ortodoxos, do Ocidente.
Tarefa que estará destinada ao exercício de uma oposição dura, responsável (implacável doutrinariamente), incansável nas lutas do dia a dia e do futuro e, ainda, ao desejado surgimento de líderes (social-democratas) poderosos, carismáticos e com capacidade de manobra internacional, entre os quais é difícil incluir António José Seguro… Enfim, cada vez mais, estes "rituais" têm um interesse (um âmbito) paroquial.
Comentários
(87anos),acho que o PS e o PSD são como dois irmãos gémeos que se guerreiam na disputa da herança da Quinta-Portugal,pois ambos são adeptos da Política Liberal ditada por Bruxelas,ambos apoiam a Horda mercenária da Nato e suas guerras sujas,assim como o CDS/PP que é o Partido da «democracia» cristã em que há muita gente saudosa do Regime clerical fascista do Estado Novo. Os três Partidos da Troika
PS;PSD e CDS/PP,formam a chamada
Direita,pois as diferenças entre êles são de pequena monta.
Afinal a Internacional Socialista com Sede na terra dos Lordes,qual é o papel que desempenha no meio de tudo isto?Porque é que o PS
usa o rótulo de socialista se êle é Social Democrata?Porque é que o PSD usa o rótulo de Social Democrata se êle é Liberal?
Porque é que o CDS/PP usa o rótulo de Popular se êle defende a Alta Burguesia que tem a bênção da Santa Madre Igreja?Será porque esta tem a arte de conduzir o rebanho do Senhor que é formado por uma maioria da População com destaque para a Plebe?!