O efeito de arrastamento...

A agência de notação financeira Moody's anunciou há minutos um corte de "rating" dos bancos portugueses. Caixa Geral de Depósitos e BES desceram três níveis para "lixo". BCP e Banif já são também considerados investimento de "alto risco", ou seja, "lixo". link

Nada de inesperado. O chamado dragging (efeito de arrastamento). Perante a impotência do coro da EU em travar esta manobra da Moody’s resta saber [o Governo explicar…] como vão os bancos portugueses financiar-se junto ao BCE e antever quais a consequências destes cortes em activos portugueses (a privatizar rapidamente segundo o Memorando de Entendimento) e em que medida a economia real vai perder as alavancas financeiras indispensáveis para sair da recessão.

Esta “rasteira” da Moody’s deverá determinar inflexões na estratégia coordenada entre o Estado português e a troika e um questionamento em força do papel das agencias de rating. Sem isso nada feito. Pior, vão suceder-se planos atrás de planos de austeridade até à exaustão total de um povo.
“Agachar-se” ou conformar-se, será - como os portugueses adivinham - o descalabro. O "trilho" grego faz escola.

Comentários

Entretanto, a dívida da Câmara Municipal de Lisboa levou o mesmo tratamento de 'lixo'. Quanto a esta, nada tenho a objectar, pois a autarquia tem milhões de euros disponíveis, e só não os vai buscar porque não quer - como se refere no seguinte texto:

Receita para a receita

Quando alguém pretende obter a carta de condução, uma das coisas que tem de fazer é estudar o Código da Estrada. Nele figuram, com clareza meridiana, o valor das coimas a pagar em caso de incumprimento das normas que nele constam.
É evidente, pois, que, quando alguém, já devidamente habilitado a conduzir, comete - repetida, deliberada e desnecessariamente - uma dessa infracções, está a dizer, publicamente em bom som, que está disposto a pagar à comunidade o preço que a lei estabelece pelo privilégio de a infringir.
Assim sendo, não se compreende que, em cidades como Lisboa, os poderes públicos não sejam suficientemente diligentes na cobrança dessas verbas - verbas essas que bastariam (só num fim-de-semana de trabalho nas "avenidas novas"...) para acabar, de uma vez por todas, com o problema do défice e o drama da dívida pública.

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