Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c
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Há alguns meses chamou o seu núncio apostólico (embaixador) na Irlanda como inusitada reacção às fundadas e justas críticas que o Governo irlandês – responsável pela administração da Justiça - teceu sobre o comportamento obstrutivo da ICAR relativo às investigações sobre abusos sexuais envolvendo clérigos católicos. Certamente que não esperava que essa afronta diplomática fosse inconsequente.
O Vaticano não consegue separar as relações entre Estados, regidas por convénios internacionais e códigos de reciprocidade, e o desejo de pretensos tratamentos de favor ou de excepção concebidos à sombra de arcaicos conceitos "nações tradicionalmente católicas". Logo, no seu julgamento de Estado teocrático, submissas. Todavia, este novo ciclo de tensões entre a Igreja e os Estados parece, sob o papado de Bento XVI, regressar ao espírito “ultramontano” que vigorou nos séc. XVII e XVIII e foi irremediavelmente apeado pela Revolução Francesa.
Mas a decisão irlandesa de fechar a sua embaixada no Vaticano não causaria tanta mossa se não existisse o receio de despoletar “contágios”. E aí (na possibilidade de contágio) é que existe uma relação entre a extinta jurisdição universal e os Estados modernos, democráticos e laicos.
O espúrio renascimento de um “entendimento exaltado” à volta de uma "autoridade papal" no terreno secular (que deverá ensombrar o pensamento de Ratzinger) não só é uma aberração histórica e política como um incontornável estorvo às (boas) relações entre o Vaticano e os Estados.
E haverá uns talibãs que vão mandar as nossas garotas para a praia vestidas de burka.
Com fé ou sem fé, vamos ter criar "cruzadas" para uma baita de uma luta que não se sabe como vai ser o fim.