A comunicação de Passos Coelho ao país
À sorrelfa, com os portugueses à espera do fim de semana e de
um jogo de futebol, o primeiro-ministro fustigou os pensionistas e os trabalhadores
com mais sacrifícios e a ameaça de compensar a sua demonstrada incompetência e
o descalabro governamental com mais austeridade. Custe o que custar. Sem
permitir perguntas aos jornalistas.
Não passou despercebido o desafio ao acórdão do Tribunal
Constitucional e à exigência de equidade na repartição de sacrifícios dos
portugueses. A metódica e sádica imposição da agenda ultraliberal deu mais um
passo na espoliação dos trabalhadores e exerceu um ato de vingança contra a
Constituição e a ordem democrática.
Com uma maioria democraticamente eleita e um PR cujo ódio a
Sócrates é responsável por um elenco em que sobressaem Relvas e Portas, resta
aos portugueses o patriotismo dos deputados necessários para pedirem a
fiscalização do orçamento iníquo que visa o desmantelamento completo do sector
público da segurança social, da saúde e do ensino.
A pobreza e a fome são o meio de intimidação de um povo por
quem só não foi da Pide por falta de idade e se mantém intimamente salazarista.
São filhos de colonialistas que aliam o ressentimento e o ódio à Constituição,
que usam a bandeira nacional na lapela e a suástica no coração, que sadicamente
espoliam os fracos ao serviço dos poderosos.
Que confiança merecem os que comandaram uma central de
intoxicação contra o último Governo e usaram serviços de informação da República
para fins pessoais e interesses empresariais?
O desespero é agora o sentimento comum dos funcionários
públicos, empregados por conta de outrem, pensionistas e reformados a juntar-se
ao dos desempregados que não param de aumentar e aos esfomeados cada vez mais
numerosos.
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