A Síria e a barbárie
Desconheço se foram as forças do Presidente Bashar al-Assad as responsáveis do ataque químico, hoje perpetrado em diversas zonas próximas de Damasco. Fiz a guerra colonial e sei da História o suficiente para desconfiar do que é capaz a contrainformação.
Aqui ao lado, em Espanha, os exércitos de Franco queimaram igrejas, para acusarem do crime os adversários e incitarem contra eles o ódio. Os totalitarismos nunca titubearam na deriva criminosa que pudesse beneficiá-los.
Há meio século Damasco era uma cidade cosmopolita, as mulheres gozavam a liberdade e respiravam a civilização. Hoje é o inferno onde o desespero e o ódio semeiam a morte, onde o gás sarin, ou outro, deixa o chão juncado de cadáveres de homens, mulheres e crianças, numa orgia de violência que lembra o horror do nazismo.
As imagens que nos chegam provocam comoção, incitam à raiva e despertam desejos de vingança. Nós sabemos que as crianças mortas foram colocadas naquela posição, com precisão cirúrgica, para obter a máxima revolta, mas elas estão lá, inertes e frias, vítimas indefesas das atrocidades, dos interesses geoestratégicos das potências dominantes e dos fanáticos que querem vergar o mundo ao deus que os traz dementes desde a infância.
As fotografias do cobarde massacre com gás enviado em rockets com agentes químicos, para dizimar as populações de Ain Tarma, Zamalka e Jobar, na região de Ghouta, são de crueza obscena. Nas «pupilas dilatadas, membros frios e espuma nas bocas», de bebés e crianças, vermos a violência de quem ordena e a demência de quem obedece.
Os responsáveis desta violência não podem passar sem julgamento. São crimes contra a Humanidade, delitos imprescritíveis e imperdoáveis. A Síria pode ter nascido num sítio errado mas os criminosos não podem ter sítio onde se acoitem.
Aqui ao lado, em Espanha, os exércitos de Franco queimaram igrejas, para acusarem do crime os adversários e incitarem contra eles o ódio. Os totalitarismos nunca titubearam na deriva criminosa que pudesse beneficiá-los.
Há meio século Damasco era uma cidade cosmopolita, as mulheres gozavam a liberdade e respiravam a civilização. Hoje é o inferno onde o desespero e o ódio semeiam a morte, onde o gás sarin, ou outro, deixa o chão juncado de cadáveres de homens, mulheres e crianças, numa orgia de violência que lembra o horror do nazismo.
As imagens que nos chegam provocam comoção, incitam à raiva e despertam desejos de vingança. Nós sabemos que as crianças mortas foram colocadas naquela posição, com precisão cirúrgica, para obter a máxima revolta, mas elas estão lá, inertes e frias, vítimas indefesas das atrocidades, dos interesses geoestratégicos das potências dominantes e dos fanáticos que querem vergar o mundo ao deus que os traz dementes desde a infância.
As fotografias do cobarde massacre com gás enviado em rockets com agentes químicos, para dizimar as populações de Ain Tarma, Zamalka e Jobar, na região de Ghouta, são de crueza obscena. Nas «pupilas dilatadas, membros frios e espuma nas bocas», de bebés e crianças, vermos a violência de quem ordena e a demência de quem obedece.
Os responsáveis desta violência não podem passar sem julgamento. São crimes contra a Humanidade, delitos imprescritíveis e imperdoáveis. A Síria pode ter nascido num sítio errado mas os criminosos não podem ter sítio onde se acoitem.
Comentários
Faz algum sentido argumentar para justificar posições dos grupos em confronto?
Deus não é razão para as atrocidades que se verificam naquela zona há décadas. Deus é meio para manter e obter determinados fins. Os peões foram alienados para não discutirem o quer que seja.
Por detrás desta desgraça não haverá dedo de alguém a mexer cordelinhos do alto de um castelo, bem longe dos conflitos?
E para que servem os paladinos da democracia, ONU incluída?
Manuel Torres