António Borges

Morreu, hoje, António Borges, economista, professor universitário, homem envolvido em instituições financeiras internacionais e nos últimos 2 anos consultor do Governo de Passos Coelho para as privatizações e renegociações das Parcerias Público-Privadas link.

Foi durante toda a sua variada e intensa vida profissional um ultraliberal voluntarioso, truculento e aparentemente convicto. O seu trabalho na área financeira é sobejamente conhecido do Mundo e dos portugueses, por bons e maus motivos, não interessando - neste momento doloroso para a sua família e amigos - discuti-lo.

Como todos os personagens cuja morte bate precocemente à porta fica por descortinar a sua real dimensão política. Como militante do PSD tentou - mas não conseguiu - conquistar a sua liderança. A sua dimensão como político ficou a partir daí ensombrada dando origem a diversas especulações quanto à sua capacidade e talento nesta área mas, o particular momento de  hoje,  não propicia uma profunda explanação desta vertente.

Sabemos, contudo, que à volta de fatais desenlaces, do tipo do que aconteceu a António Borges, seguem-se os chorrilhos de elogios e louvaminheiras declarações, muitas vezes estereotipadas e de circunstância. Todavia, e em relação a esta humanamente triste ocorrência, fica uma certeza: nenhum ser humano permanece imune ao posterior e implacável julgamento da História, quando a poeira do tempo assentar.

Comentários

Para o povo António Borges foi mau!
As suas intervenções, políticas e profissionais foram sempre na defesa do capitalismo mais selvagem e de um total desprezo pela pessoa humana!
Só o dinheiro conta para esta gente e não venham com as tretas de que foi um jovem católico porque a sua pratica foi a antítese disso.
A família e os amigos sofrem agora que ele morreu e milhões sofreram enquanto ele foi vivo.
Nos dois pratos desta balança o meu apoio vai para aqueles que ele fez sofrer!
O mundo ficou, um tudo nada, menos mau.
e-pá! disse…
António Borges foi na vida pública uma inflexível 'ultra'.
Na Economia um (ultra)liberal e na Política um (ultra)conservador.
A discussão a fazer, no futuro, é conhecer as razões porque não se ficou pelo 'neo'.
Mas mais uma vez considero que o período de nojo levantado pela sua morte recente ainda não permite uma análise objectiva e serena dos papéis que desempenhou quer no contexto nacional, quer no internacional.
Mas as circunstâncias de índole humanitária que envolvem o seu desaparecimento da cena pública não devem servir para esconder, escamotear ou diminuir a sua influência do seu aconselhamento na estratégia e arquitectura das políticas levadas a efeito no XIX Governo Constitucional.
Há mais marés do que marinheiros...

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