O ministério e os mistérios

Vítor Gaspar abandonou o ministério, desconsolado do desempenho com que arruinou o prestígio académico e o País, abalado nas convicções no bem-aventurado Friedemann, o orago que o inspirava, e desolado com a falta de liderança do Governo onde soçobrou.

Escreveu uma epístola exemplar e recolheu-se à vida monástica no Banco de Portugal, deixando no ministério uma ajudante de quem Paulo Portas, por ser mulher ou por outra qualquer razão, gostava tanto como Maomé do toucinho, o que o conduziu a apresentar a demissão irrevogável.

À semelhança da rapaziada deste Governo e da que se governa à volta, quis enrascar o anterior com os swaps, palavra rebarbativa e pouco eufónica, que passou a constar do léxico quotidiano dos portugueses. Chama-se Maria Luís Albuquerque e leva o mesmo tempo a chegar à verdade que o seu antecessor a terminar as frases.

Caída em desgraça, e porque uma desgraça nunca vem só, escolheu um ajudante que se esquece de uma reunião com um PM como quem se esquece da chave de casa no porta-luvas do automóvel, e que era vendedor, aliás fracassado, de swaps. Chama-se Joaquim Pais Jorge o desajeitado e amnésico secretário de Estado a quem basta a confiança da sua ministra, logo dessa, para se julgar um homem de confiança.

Nas Finanças não há ninguém à frente do ministério, estão todos atrás do mistério, dos swaps.

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