Remodelação no Vaticano...
Jorge Mario Bergoglio resolveu ‘dispensar’ um dos homens mais polémicos da Cúria – o cardeal Bertone – que, desde a abdicação do cardeal Ratzinger (hoje a viver em regime de reclusão) esteve sempre no olho do furacão provocado por diversos escândalos (desde os casos de pedofilia, branqueamento de capitais ao tráfico de influências nos corredores apostólicos).
Para o seu lugar – o 2º. hierarquia do Vaticano - nomeou o arcebispo Pietro Parolin pouco conhecido nos círculos do Vaticano e presentemente a exercer funções diplomáticas em Caracas link.
É uma mudança que carece de ser interpretada à luz das lentas e sucessivas alterações que vêm ocorrendo neste papado. Primeiro, a escolha para a inevitável e inadiável sucessão de Bertone não recaiu sobre um purpúreo residente; segundo, foi indicado para o exercício das funções de Secretário de Estado um clérigo novo (58 anos) que não pode ser incluído no restrito grupo da gerontocracia cardinalícia e, em terceiro lugar, o sinal de que a presente substituição visa reforçar a Secretaria de Estado no domínio da representação externa já que a designação recaiu sobre um elemento oriundo da carreira diplomática eclesiástica.
Ficam por esclarecer quais serão as reais mudanças a operar no domínio dos ‘negócios internos’ do Vaticano, nomeadamente, em relação ao que, no actual momento, parece ser um dos seus pontos mais sensíveis - o IOR.
E, finalmente, como habitualmente, estas mudanças e/ou rotações de cargos decorrem em círculos muito fechados, rodeadas de discretas informações, tornando difícil a avaliação de profundidade das alterações que encerram e nunca se anunciam. Uma coisa é certa e segura: no Vaticano não há lugar para sobressaltos!
A notícia tem valor não pela personalidade e características do novo Secretário de Estado, nem pelas alterações que venha a protagonizar, mas pelo fim do 'período negro de Tarcisio Bertone’ que ensombrou a ICAR desde 2006 até ao presente.
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