A TAP e o apodrecimento do Governo

O Governo, na sua impetuosa obstinação de tudo privatizar, torna-se um corpo pútrido que se desfaz, um cadáver insepulto a que o coveiro contratado recusa a enterro.

Ontem, o ministro Pires de Lima e o secretário de Estado, Sérgio Monteiro, no ódio às leis, equivalente ao de Maomé ao toucinho, referiam-se a uma clandestina privatização da TAP, de que desconheciam o preço e as condições, onde o comprador apenas ficava responsável por não despedir, durante algum tempo, os trabalhadores dos sindicatos que se mancomunaram com o Governo.

Os outros trabalhadores, diziam com desfaçatez os ignaros governantes, não podiam ter os mesmos direitos dos que cederam ao Governo e, na sua estultícia, afirmaram que era uma questão jurídica, a diferença entre quem aceitou subscrever o que o Governo queria e quem recusou.

A mais despudorada marginalidade, a mais vergonhosa ofensa aos direitos e ao respeito mínimo pelo Estado de direito, levou hoje o alegado PM a dizer que o alegado ministro da economia lhe tinha pedido para informar a AR de que as suas palavras tinham sido mal interpretadas.

Talvez. Afinal, nenhum deles sabe o que diz e, menos ainda, o que faz.

Comentários

e-pá! disse…
Ontem ouvi, por duas vezes, o tal secretário de Estado fazer referência ao caderno de encargos que sabemos ser uma mera 'carta de intenções' (para incautos utilizarem).
Não exitem - perante o que foi publicamente afirmado (SIC-Notícias) - duas interpretações mas, podemos conceder que, como a barafunda é muita (por que a pressa é demasiada) os dislates proliferam sob a forma de inconfessáveis desejos...

Vamos a ver - e saber - se o texto desse caderno de encargos, que o mesmo governante afirmou que seria publicado em DR hoje ou amanhã, foi 'corrigido' à boca das rotativas da Imprensa Nacional.
Porque, o mais revelador da incompetência governativa seria a produção em Conselho de Ministro de uma resolução inconstitucional.
Tratar-se de mais uma inépcia o que não surpreenderia os portugueses.
Só nos faltava, agora, ter um governo vingativo. Que era um governo que se sustentava alarvemente da mentira, já se sabia.
Manuel Galvão disse…
Populismo. O público alvo destas notícias, sobre um não-acontecimento, é aquele que gosta da Casa dos Segredos e que corre às festas lá do sítio para ver atuar a acordionista Rosinha!.

Por vezes é assim que se ganham (ganharam) eleições.

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