Henrique Neto e a falsa candidatura presidencial

A central de intoxicação ao serviço deste Governo, desta maioria e deste PR já cumpriu o seu dever. Pôs a comunicação social a esconder a cobardia de um Governo que deixa imolar diretores-gerais para proteger os seus membros e engendra uma candidatura, as preocupações éticas são modestas, para desviar as atenções.

António Barreto, digerido por excessos de favores, deixou de ser o homem da direita a fingir de esquerda. Medina Carreira hilariava demasiado. Veio a calhar Henrique Neto.

A lista VIP das Finanças estava a desgastar o pior Governo depois de Pimenta de Castro e, depois da abnegada demissão do diretor-geral, para poupar o pusilânime secretário de Estado, era preciso ruído de fundo para desviar as atenções.

Nesta altura, o ancião de honesto passado antifascista, ex-comunista e ex-socialista, há muito sucessor de António Barreto ao serviço da direita, sem apoio na concelhia do PS da Marinha Grande, que o levou a deputado, anuncia uma candidatura para que não será difícil recolher assinaturas nas estruturas do PSD, e que dificilmente chegará às urnas.

A comunicação social já engendrou que a candidatura, apoiada por essa referência ética que dá pelo nome de Medina Carreira, embaraça o PS, isto é, deixa a esquerda incapaz de ter um candidato.  A direita baba-se de gozo enquanto guarda na agenda a lama para, na altura própria, desacreditar o PS e, dessa forma, inviabilizar um candidato a PR que resgate a dignidade do cargo, perdida com o atual titular ao seu serviço.

Esta candidatura deixa os que respeitam o passado de Henrique Neto tão tristes quanto a do falecido Mário Sottomayor Cardia, com outra dimensão cultural, quando anunciou a sua, de forma igualmente patética, nas escadarias da A. R.. De Henrique Neto apenas se pode dizer que não seria pior do que o atual.

Ver neste epifenómeno uma notícia, denota que a central de intriga da direita não brinca em serviço. Henrique Neto, a que se aliarão alguns que trocam, como o falso candidato, a honra anónima do combate antifascista pela fátua glória da ribalta, presta um módico serviço à direita, que já o usava, e vai explorar até à náusea.

Ver nesta pseudocandidatura mais do que uma hílare provocação da direita é querer que esta maioria permaneça e que o lugar de PR continue com o mesmo descrédito a que o atual titular o conduziu para benefício deste Governo e desta maioria.

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