Notas Soltas - março de 2015

Segurança Social – A dívida de Passos Coelho, criada entre os anos de 1999 e 2004, já prescrita, era sua conhecida e só foi liquidada por ter sido noticiada. Pagou a dívida mas a nódoa permanece no PM que é um clamoroso erro de casting.

Rússia – O assassinato do opositor russo Boris Nemtsov foi a dádiva que os adversários de Putin esperavam. É preciso ser muito imaginativo para pensar que Putin tivesse nesse assassinato tanto interesse quanto os igualmente pouco recomendáveis inimigos.

P. R. – A delinquência fiscal do primeiro-ministro, agravada pelas declarações públicas, tornou intolerável a sua permanência no cargo. A gravidade da situação exigia que o PR dissolvesse a A.R. mas, na sua colagem ao Governo, só viu, na nódoa, «odor eleitoral».

Estado Islâmico – A demência sectária alastra como mancha de óleo, do Iraque à Líbia, da Nigéria ao Iémen, com raízes no petróleo, numa mistura de fé e tribalismo, excitados por invasões de modernos cruzados e pela crueldade atávica.

Estado Islâmico-2 – O maior cancro mundial contra a liberdade e os direitos humanos já tem metástases na Argélia, Líbia, Egito, Síria, Afeganistão, Paquistão, Iémen, Nigéria e, naturalmente, no Iraque cuja invasão facilitou a manifestação do tumor.

E.U.A. – Netanyahu foi chamado a discursar no Congresso pelos radicais Republicanos, que dominam as duas Câmaras. Parecia o líder da direita americana que, sem honra nem ética, exultou com os ataques do sionista a Obama. Ainda trocam a Sr.ª Palin por ele.

Racismo – A conduta hostil da polícia americana, contra os negros, vaticina a repetição de conflitos étnicos de dolorosa memória. O fim do mandato do presidente Obama será dramático se a ala mais reacionária dos Republicanos eleger o próximo presidente.

Pena de morte – Por todo o mundo, apesar da comprovada ausência de efeito dissuasor e dos reiterados casos de punição irreversível de vítimas inocentes, a pena capital ganha adeptos. Vivemos tempos de recuo civilizacional. Salva-se a posição inédita deste Papa.

Civilização – Não podemos admitir quem rega com gasolina um homem numa jaula e o incendeia, quem vende mulheres como escravas ou põe um garoto de 12 anos a abater, a tiro, um homem. É urgente o combate contra a barbárie.

Barbárie – Houve no atentado ao Museu e à Biblioteca de Mossul, tal como no ataque à cidade histórica de Nimrud ou, em 2005, na destruição de 18 séculos de História com os Budas de Bamiyan, a pulsão suicida de quem odeia a Humanidade e despreza a vida.

Finanças – A lista de contribuintes VIP da direção de segurança informática do Fisco, decisão tomada no auge do "caso Tecnoforma", que atingiu Passos Coelho, não garante o sigilo fiscal obrigatório, protege os amigos do Governo e corrói o Estado de Direito.

Brasil – A queda abrupta dos preços do petróleo inverteu a época dourada da economia, ora estagnada, e comprometeu os programas sociais que livraram milhões de brasileiros da miséria. A democracia está refém da economia e da corrupção.

Venezuela – O País que mais sofre com a queda dos preços do petróleo vê a miséria e o desespero a aumentarem, o Governo a reprimir de forma ditatorial e os falcões dos EUA à espera de intervir.

Vaticano – Numa atitude inédita, defendeu a ingerência militar no Estado Islâmico, no caso de fracassar uma decisão política, sem recurso à violência. O Papa, corajosamente, rejeitou a hipocrisia habitual e denunciou o ultraje reiterado aos direitos humanos.

Síria – Após a devastação, em vias de regressar ao «Eixo do Bem», vê-se como foram insensatas e contraproducentes as intervenções ocidentais no Afeganistão (2001), Iraque (2003) e Líbia (2011), com a derrocada dos Estados e os cristãos a serem aí dizimados.

Israel – A vitória de Benjamin Netanyahu é o triunfo do radicalismo sobre a moderação e da vingança sobre o perdão. Um líder que prometeu impedir a existência do Estado da Palestina afrontou a comunidade internacional que o reconhece e intensificará a guerra.

Tunísia – O atentado ao museu do Bardo, um espaço aberto a todas as civilizações que fizeram o País, com 22 mortos, é um insulto à civilização, um ato terrorista de facínoras intoxicados nas mesquitas e madraças pelo estúpido manual de um beduíno analfabeto.

Iémen – Homens-bomba fizeram-se explodir durante as orações de sexta-feira em duas mesquitas, usadas por apoiantes de rebeldes xiitas em Sanaa, capital do Iémen, matando 126 pessoas e ferindo 260. O mortífero ataque foi assumido pelo Estado Islâmico.

França – A vitória de Sarkozy, o mais profissional dos políticos franceses, foi o triunfo pessoal que impediu a extrema direita de ser a primeira força política, enquanto a social-democracia se afundou sob a melancólica liderança de Hollande e do governo de Valls.

Espanha – A derrota pesada do PP, partido que governa o País, na Andaluzia, pressagia as alterações que sofrerá a geografia partidária, no fim do mandato de Rajoy, vítima da descoberta da corrupção e contabilidade oculta do PP, durante 18 anos.

Henrique Neto – Ver nesta pseudocandidatura a PR mais do que a hílare provocação da direita é querer que esta maioria permaneça e que o lugar de PR continue com o mesmo descrédito a que o atual titular o reduziu para benefício deste Governo e desta maioria.

Madeira – A maioria absoluta do PSD é a vitória pessoal de Miguel Albuquerque (MA) e um triunfo do partido, que mudou a tempo A. J. Jardim. A dimensão da vitória de MA e a arrasadora derrota da esquerda facilitam as medidas necessárias para gerir a herança de 6 mil milhões de euros, de dívidas.

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