Os cofres (mal) 'cheirosos’…
Há alguns dias a Ministra das Finanças anunciou ufana perante uma plateia de jotinhas que ‘temos os cofres cheios’ link.
Hoje, Passos Coelho, em reunião partidária nos Açores revelou que, em 2011, quando chegou ao Governo os ‘cofres estavam vazios’ link.
Ficamos à espera de explicações como se operou esta sonante trasfega.
De concreto sabemos que, em 2011, existiam dificuldades de financiamento derivadas da instauração de uma ‘crise da dívida soberana’, congeminada pelos mercados à volta de um endividamento excessivo (97% do PIB) e que determinaram – com cúmplices paroquiais – uma intervenção externa.
Hoje, com um maior endividamento (130% do PIB), temos os cofres cheios à custa de sucessivas idas aos mercados, já que as actividades produtivas não justificam esse tipo de aforro.
Torna-se, portanto, público e notório que o dinheiro saiu dos bolsos dos contribuintes para os cofres públicos. Estas meças sobre as volumetrias dos cofres são pornográficas. Na verdade, o dinheiro não se multiplicou. Foi transferido, isto é, mudou de mãos (ou de bolsos).
Falta constatar onde ele está a faltar. Perante cerca de 2 milhões de portugueses em risco pobreza, não é difícil adivinhar. Continuamos na dicotomia de um País aparentemente melhor em contraste com as pessoas realmente cada vez piores.
Quer o primeiro-ministro, quer a ministra das Finanças, dão funestos sinais de embriaguez monetária. Mas nunca ouviremos o inquilino de Belém alvitrar sobre estas imoralidades tecidas pela actual maioria, como ‘cheirando a eleições’…
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