Manifestação de apoio
Declaração Internacional de Associações
do Livre Pensamento, laicas, humanistas, racionalistas
e ateias
dos cinco continentes
Por iniciativa da Associação
Internacional do Livre Pensamento
Os
dinheiros públicos não devem financiar
as
Igrejas e as religiões !
Somos Associações de todos os
continentes agindo pela Separação das Igrejas e Religiões, dos Estados, pela
laicização das instituições em linha com a secularização crescente das
sociedades.
O lema das
nossas acções é trabalhar no sentido do respeito da liberdade de consciência de
cada uma e de cada um, de todos os seres humanos que vivem no nosso planeta. Quer
dizer: a liberdade de ser crente ou de o não ser. Não opomos a liberdade de
consciência à liberdade de religião, porque a última é somente uma componente da
primeira e não sua equivalente.
Rejeitamos a ideia de que a
religião seria uma categoria separada da gama de convicções da Humanidade. E que
seria necessário conferir-lhe um estatuto particular que a impediria de ser submetida
à crítica racional e humana. E que seria necessário, além disso, que fosse financiada
pelo Erário público, produzido pelo conjunto das contribuições dos cidadãos sujeitos
aos impostos.
É por isso que nos opomos a todas
as formas de repressão civil e penal daquilo que é designado como “delito de blasfémia”. O direito à livre
crítica é um direito democrático fundamental. O seu corolário obrigatório é a
liberdade total de expressão. Só serão visados então os factos e as opiniões, nunca
os indivíduos enquanto tais.
É por isso que também rejeitamos e
condenamos o privilégio das Igrejas e das religiões – que são somente a expressão
de alguns homens – a serem financiadas por Fundos públicos, que são o produto
das contribuições de todos.
Depois dos EUA (1791), do México
(1857), da França (1905), de Portugal (1911), da Rússia
(1918), do Uruguai (1918), da Espanha (1931) e da Turquia
(1937), a reivindicação democrática da necessária Separação das Igrejas e das
religiões em relação aos Estados não parou de mobilizar a Humanidade consciente.
Desde então, muitos outros países, todos los continentes, a estabeleceram. Essa
Separação está em marcha desde há muito tempo.
Desde James Madison, Pai da
Constituição norte-americana e 4° Presidente dos EUA – constatando que, em 1819,
“a quantidade, as competências e a
moralidade do clero, assim como a devoção dos cidadãos, aumentaram manifestamente
com a Separação total entre as Igrejas e o Estado”, a História da emancipação
humana tem mostrado que, quaisquer que sejam as culturas religiosas dominantes
nas sociedades, o princípio da Separação entre a esfera das Instituições
públicas e a esfera religiosa não somente é possível e realizável, como é muito
desejável para estabelecer e aumentar a
Democracia.
Em todos os países, em todos os
continentes, em todas as instituições nacionais e internacionais, há que actuar
para fazer avançar a Separação das Igrejas e das religiões em relação aos
Estados.
Actuemos juntos pela laicidade !
Apelo lançado por iniciativa da Associação
Internacional do Livre Pensamento no Congresso Internacional de Montevideu
(Uruguai), de 19 e 20 Setembro de 2015.
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