A auspiciosa vitória de Rui Rio (RR)

Não se diga que era igual a vitória de Rui Rio ou de Pedro Santana Lopes, por pior que o primeiro venha a revelar-se. RR fará o difícil percurso de um caminho incerto, em que necessita de fazer currículo num período curto, mas PSL, o menino guerreiro, perdeu a última batalha, arrastando consigo o pior que o PSD tem, à espera de ressurreição.

RR ganhou o apoio de gente séria do PSD, talvez por vergonha do único candidato que o defrontou, resgatando do opróbrio as últimas lideranças do PSD onde, apenas, as de Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes não mancharam o partido. Durão Barroso, PSL, Luís Filipe Meneses e Passos Coelho, ontem derrotados, já podem ser julgados.
Dizer que Rui Rio é igual a PSL é o mesmo que comparar Marcelo a Cavaco, como se a cultura, a inteligência e a transparências dos negócios não exigissem benevolência numa comparação em que a malvadez de um pode vir a confrontar-se com a astúcia do outro.

RR começou por afirmar a renúncia ao populismo, e não resistiu a elogiar PPC, no claro esforço de apaziguar inimigos que não se deixarão abater sem luta. Escusava de repetir o jargão, que deprecia o economista, ao atribuir a um Governo PS a falência que Relvas, Marco António e outros caciques organizados exigiram, recusando o PEC IV, depois da anuência, para fazerem de PPC um PM. RR sabe, melhor do que os leigos, que perante a catástrofe financeira iniciada com a falência do Lehman Brothers não podia Portugal resistir-lhe, tal como a Grécia, a Irlanda, a Islândia ou mesmo a Espanha, França e Itália, se um mecanismo semelhante ao PEC IV não tivesse salvado as últimas.

‘PPC vai andar por aí’ a cobrar favores para 'tratar da vida', à espera do esquecimento que o reabilite para a ressurreição política, que o passado torna improvável.

RR pode não ter grande futuro político, mas o país fica a dever-lhe o desmantelamento da máquina infernal que fez um PM com igual facilidade à que a televisão fez um PR.

E talvez haja condições para julgar aquela rede de autarcas que a Visão revelou em 20 páginas de uma investigação cuidada de que deixou de se falar e onde Marco António e Luís Filipe Meneses apareciam como os mais destacados.

Para já, o PSD e Rui Rio estão de parabéns.

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