Rui Rio e o PSD

As afirmações de Manuela Ferreira Leite sobre o Diabo prestam-se ao humor de quem sabe que era o anjo de Passos Coelho, a quem confiou a alma própria e a do partido, na esperança de que a praga que rogou ao Governo, apoiado na AR por PS, BE, PCP e PEV, fosse ouvida pelo Mafarrico.

Depois da Idade Média e da extinção da Inquisição, o Diabo sumiu-se e nunca mais foi visto, mas a vitória de Rui Rio não foi a mera transferência do alvará do PSD através da AG onde militantes de residência incerta, bem inscritos, melhor transportados, e com as quotas em dia, decidiram varrer a pior gente e humilhar a máquina partidária.

É evidente que a eleição de Santana Lopes seria muito mais divertida e conveniente para a esquerda, onde me situo, mas bem mais perigosa para o País. Em democracia, a direita é legítima e desejável. Não há democracia sem pluralismo.

Comparar Rui Rio, Manuela Ferreira Leite e Pacheco Pereira com a tralha derrotada, é um insulto à inteligência e uma ofensa à democracia. Não há a menor semelhança entre os referidos dirigentes e Passos Coelho, Cavaco, Marco António, Luís Filipe Meneses e o inevitável Santana Lopes. Distinguem-se na ética, na inteligência e na cultura. Bastou a demissão do vereador racista e defensor da pena morte, que Passos Coelho apoiou em Loures, a dizer que deixou de se rever no PSD, para mostrar a diferença.

O que se exige à esquerda é discernimento para evitar eventuais divisões e enfrentar os sucessivos golpes do PR, tendo presente a popularidade de que goza. Quanto à direita e aos seus problemas, é assunto interno e é tão legítimo o combate que ela fará à esquerda como o que esta tem obrigação de travar contra ela.

Modestamente, continuarei a bater-me pelo que considero mais justo. A direita nunca foi nem será o meu espaço.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides