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A mostrar mensagens de março, 2018

Há três anos

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Ainda nos lembramos do Governo de então.

Notas Soltas – março/2018

Passos Coelho – A atribuição do grau de “professor catedrático convidado” do ISCSP é um ato de nepotismo do seu diretor, Manuel Meirinho, deputado independente do PSD (2011), por convite pessoal do ora docente de mestrados e doutoramentos. Itália – A vertigem suicida do eleitorado torna ingovernável um país que já esqueceu a tragédia fascista de Mussolini e proporciona o deplorável aparecimento de demagogos e populistas, o que se agrava em cada nova consulta eleitoral. Mais um problema na UE. Alemanha – O único governo possível, com um módico de salubridade e preocupações sociais, vai deixar à solta, na oposição, os partidos que recordam a provação da guerra de 1939/45 só para branquear o nazismo e fazer dos combatentes heróis. Dia da Mulher – A igualdade de género é a exigência civilizacional que, fazendo parte dos Direitos Humanos, devia ser universal. No entanto, 600 milhões de mulheres vivem em países onde a violência contra elas não é sequer considerada crime.

O ruidoso alerta do RU aos turistas que visitam Portugal

Na página oficial, o Reino Unido deixou um alerta, na passada quinta-feira, para a possibilidade de ataques terroristas em Portugal, especialmente no período da Páscoa . O alarmismo da notícia, sobre um facto que nunca pode ser descurado, surpreende quem não tem informação privilegiada e nutre desconfiança elevada pela desorientação que a primeira-ministra inglesa manifesta em vários domínios, das negociações do Brexit com a UE à segurança interna. Por que diabo há de Portugal ser um espaço preferencial de terroristas contra os turistas do Reino Unido? Que terá levado o Governo da Sr.ª May a prevenir diretamente os seus concidadãos, em vez de se limitar a fornecer às polícias portuguesas os dados em que se fundamentam as preocupações e solicitar medidas adequadas? Quando ainda não conseguiu apresentar provas de que a Rússia esteve na origem do ato que vitimou o ex-espião russo e a filha, facto que, a provar-se, seria de rara gravidade, a PM britânica dispara em várias direções pa

Ainda a propósito do ‘caso Skripal’…

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A saída pretensamente airosa dos sarilhos onde Theresa May e Donald Trump estão a meter os seus países poderá ser o prelúdio para uma guerra branqueadora das respectivas mediocridades que, diariamente, são patenteadas no ‘Brexit’ e no ‘american Russiagate’. O mundo assiste atónito a este descalabro travestido de uma insana russofobia que alberga no seu âmago várias incompreensões e outras tantas dúvidas. Este o pressentimento coletivo subjacente e que, neste momento, alimenta a crise política internacional em curso. O risco de uma escalada é enorme parecendo cavalgar maus pretextos, provavelmente um poderoso embuste informativo em muitos aspetos semelhante ao da invasão do Iraque. Serve, objetivamente, a situação política interna britânica decorrente do Brexit e, paralelamente, a confusão americana instalada à volta das suspeitas relações do staff eleitoral de Donald Trump com a Rússia (em investigação). O ‘caso Skripal’ tem todos os ingredientes para ser interpretado como u

Crimes em nome de Deus

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Garden of Eden - Jan Brueghel As religiões, ao longo da História, destruíram impérios, devastaram povos e desenharam fronteiras. A fé arruinou nações, impediu a liberdade e esmagou a felicidade dos povos. Deus foi pretexto para destruir inimigos e cometer crimes hediondos, com o álibi de lhe satisfazer a vontade. Deus está, de facto, para azar dos homens, em toda a parte. O deus mais verdadeiro é o que tiver mais devotos, armas e fanatismo a seu favor. Sempre que deus está em alta, a liberdade estiola; quando os homens adoram o seu deus, odeiam os alheios. Os crentes rogam-lhe favores com o mesmo fervor com que acalentam o ódio ao deus dos outros. É por isso que a democracia fenece onde a religião floresce, a liberdade mingua onde a fé prolifera e o progresso estiola onde a piedade medra. Não há democracia onde a religião domina o aparelho de Estado. Os direitos humanos não são respeitados onde o poder temporal e o religioso se confundem. Foi na base da separação de poderes e

Tejo - Aqui d’ el Rei….

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O País ficou chocado com os níveis absurdos de poluição do rio Tejo verificada há alguns meses atrás. Foi dada a oportunidade de ver imagens de um rio que mais parecia uma (es)corrente fossa. Tivemos conhecimento que o grau de poluição foi (é?) insustentável e tremendo tendo levado a uma intensa perturbação das atividades ribeirinhas tradicionais, entre elas, o fim da pesca fluvial artesanal. As suspeitas recaíam sobre várias empresas que laboram à beira-rio. Entre elas a Celtejo (empresa de celulose sediada em Vila Velha de Rodão) que, segundo dados do Ministério do Ambiente, “ demonstram que não foram cumpridos os limites de descarga de efluentes a que estava obrigada… ” .   Hoje, o País é confrontado e surpreendido com a informação de que a empresa em causa, em dois processos de contraordenação, já decididos, foi inicialmente multada (simbolicamente multada em € 12.500) e que, após recurso judicial, o Tribunal comutou a multa (entretanto reduzida) por uma admoestação (repr

O ruído que abafa o furacão

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Enquanto a Sr.ª May, desorientada, afunda o Reino Unido e arrasta a União Europeia para um futuro incerto, acusa Putin de mandar envenenar o ex-espião russo que mudou de patrão, Sergei Skripal, e a filha, e comunica a suspensão de contactos bilaterais com Moscovo, expulsando 23 diplomatas. Entretanto, Donald Trump nomeou John Bolton conselheiro de Segurança Nacional, um norte-americano que defende ataques nucleares preventivos à Coreia do Norte e ao Irão, e logo apontou Vladimir Putin como o responsável direto pelo ataque contra o ex-espião russo, em solo britânico. O Reino Unido, sem apresentar provas, com o inquietante precedente das armas químicas de Saddam, conseguiu facilmente apoio dos EUA, Canadá e da maioria dos 28 membros da União Europeia, com a honrosa prudência da ONU e, entre poucos, de Portugal, para retaliar a Rússia cujos diplomatas passaram a ser considerados espiões. Quando a comunicação social mundial silencia o genocídio que uma coligação liderada pela Arábi

Caso Skripal e a nova ‘cruzada’ …

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O proverbio português " Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém " adapta-se como uma luva à presente situação político-diplomática mundial. O Mundo está confrontado com uma histérica ‘guerra diplomática’ contra a Rússia que, sob o comando da Grã-Bretanha, recente dissidente europeia, parece querer mobilizar (arrebanhar) os restantes países da União para uma ‘guerra santa’ cujos contornos são obscuros. Quase não há tempo para respirar perante catadupas de ameaças e expulsões. No terreno da informação veiculada pelos órgãos oficiais ou oficiosos existem muitas convicções e, até ao momento, nenhumas provas. A precipitação em tomar medidas antes que os factos estejam cabalmente esclarecidos é (muito) suspeita. Até parece que os motivos são outros (que falta esclarecer).   Tem passado ao lado das torrentes informativas alguns alertas como os lançados pelo ex-embaixador britânico Craig Murray no seu blog “ The Truth Seeker ”. Alguns dos seus posts l

O PSD e a crise internacional

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«Fernando Negrão defendeu que o PS está limitado pelos acordos à esquerda e pediu expulsão de diplomatas russos.» Entende-se o líder parlamentar do PSD, desejoso de conquistar a confiança que lhe faltou na eleição, e sabe-se que prossegue a tradição de aceitar como boas quaisquer armas químicas que o Reino Unido invente. De facto, é penoso para o partido que Cavaco e Passos Coelho lançaram na decadência ética, em que se encontra, não estar com os falcões da guerra, com impostores capazes de inventar factos para justificarem uma guerra, quando a Constituição Portuguesa nos obriga a defender a paz. Não é fácil para o Governo manter a prudência e a sensatez perante os interesses que se preveem por trás desta manobra diplomática que não precisa de provas para retaliar um país. Se fosse verdadeira a origem da tentativa de envenenamento de um ex-espião russo, em solo britânico, a resposta seria exagerada, mas teria atenuantes. Assim, sem se pedirem provas, mesmo iguais às que Durão

A pergunta

«Quantos mais vão precisar de morrer para que esta guerra acabe?» (Pergunta deixada no Twitter por Marielle Franco, vereadora da Câmara do Rio de Janeiro, socióloga e ativista dos Direitos Humanos, na véspera de ser assassinada com quatro tiros por um atirador que parou ao lado do seu carro) In O GLOBO, Rio de Janeiro, lido na pág. 10 do Courrier Internacional, Abril, 2018

Direção Regional da Cultura da região Centro - um erro de casting

«Uma Diretora de Cultura que não vê e nunca se interessou» Da autoria do jornalista Camilo Soldado, o Público trouxe ontem um interessante artigo sobre Celeste Amaro, a Diretora Regional de Cultura da região Centro, a licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras de Coimbra, que a política só deixou dar aulas de Português durante um ano. Depois foi toda uma vida em sinecuras autárquicas ou gabinetes governamentais sob os auspícios do PSD, com passagem pela AR, como deputada, até ao atual cargo, onde já é reincidente, e que não colocou à disposição do atual Governo, como se deduz do artigo referido (pág. 28 e 29). Com a carreira feita em madrassas partidárias é natural que esteja para a cultura como Maomé para o toucinho, tornando-se a desadequação ao cargo mais notória por ter substituído António Pedro Pita, catedrático da FLUC, personalidade de grande projeção cultural e cívica. Mulher de Álvaro Amaro, atual presidente dos autarcas do PSD, que depois

Puigdemont encarcerado e violentas expectativas …

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A prisão de Carles Puigdemont na Alemanha deverá ser a faísca detonadora de uma onda de violência que poderá varrer a Catalunha. A sua extradição para Madrid será mais do que um atentado à liberdade política pessoal mas forte um indício de que a autonomia catalã poderá estar destinada a ser submetida a tratos de polé perante a passividade de uma Europa que - em tempos - se afirmou como sendo... 'das Regiões'.   Os apelos à não-violência do presidente do Parlamento Catalão link , Roger Torrent, significam isso mesmo, isto é, que a violência está na forja.   De facto, a prisão de Puigdemont não pode ser considerada um acto de polícia ou uma medida judicial contra um (suposto) prevaricador individual. Ela fere profundamente as convicções políticas de milhões de catalães que participaram no referendo de Outubro 2017 e posteriormente nas eleições regionais catalãs de Dezembro 2017 (com uma participação > 81 % dos eleitores). O processo persecutório sobre os dirigen

O Hospital de Cascais e o policiamento dos costumes

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O salazarismo dos costumes, e talvez também o outro, estão de volta. O “Regulamento Interno de utilização e conservação do fardamento e cacifo” do referido hospital impede aos funcionários [leia-se funcionárias] certo tipo de maquilhagem, saias acima do joelho piercings e tatuagens visíveis. Não se pense que são regras de controlo de infeções, são decisões a exigir o regresso da pudicícia e dos bons costumes, onde se “proíbem minissaias, botas e desodorizante com cheiro”, ameaçando de ‘procedimento disciplinar’ quem não use collants em tom natural ou azul escuro e o cabelo de acordo com as normas que o regulamento define. Quem diria que a carta da senhora Lúcia de Jesus, irmã Lúcia para os amigos, dirigida a Marcelo Caetano, encontraria na direção do Hospital de Cascais o eco que não teve no último ditador fascista! A freira das Carmelitas Descalças, em Coimbra, escreveu, em 24 de fevereiro de 1971, ao Presidente do Conselho, suplicando medidas legislativas sobre as vestes femi

A árvore europeia do ano

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Ficaria mal não prestar homenagem ao sobreiro cuja longevidade bissecular permitiu a dimensão majestosa, o tronco avantajado, a copa opulenta e o desafio à leviandade com que foi substituído por árvores de crescimento rápido e combustão célere, que secam os solos e transformam os campos em deserto. Este sobreiro é mais do que uma árvore, é um símbolo imponente a advertir-nos para a necessidade da preservação da natureza.

Guerras religiosas – novos genocídios em suaves prestações

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Quando a Polónia desafia os direitos humanos e regressa ao catolicismo do concílio de Trento, não admira que, apesar dos crimes antissemitas que fazem parte da sua História e matriz cultural, desenvolva uma campanha nacionalista para ocultar o passado e para ameaçar quem o queira recordar e prevenir reincidências. A França também esqueceu a rusga do Vel’d’Hiv (1942), quando a sua policia procedeu à detenção de mais de oito mil judeus e os entregou à Gestapo para que os enviasse para Auschwitz. A Áustria, que conseguiu fazer crer ao mundo que Hitler era alemão, avança de novo para a extrema direita, tal como a Hungria, a Itália, a Holanda e quase todos os países da Europa, sucessivamente, ora elegendo os primeiros deputados extremistas, ora reforçando os seus grupos parlamentares. Vai-se esquecendo a Croástica, como era designada a Croácia, fusão do nome do País com a suástica, ou a República Eslovaca do sinistro presidente, monsenhor Jozef Tiso, que amava mais o nazismo do que o

Qualquer semelhança será mera coincidência? [*]

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O partido Esquerda Republicana da Catalunha ( Esquerra Republicana de Catalunya - ERC ) nasce em 1931, durante a II Republica, teve um papel predominante nessa altura, logrou sobreviver ao sufoco falangista na sequência da fratricida guerra civil e empenhou-se na transição política do pós-franquismo. Embora tendo partido de posições federalistas cedo enveredou por posições claramente independentistas. A sua génese resulta da fusão de várias organizações independentistas catalães. Uma das figuras marcantes da sua história foi Lluís Companys.   Em 1936 a Frente Popular vence as eleições e o cerco a Barcelona é desmontado. Lluís Campanys assume a presidência do Governo catalão (Generalitat) e é um dos protagonistas de uma efémera independência.   O início da guerra civil trouxe ao País Catalão inúmeras vicissitudes entre elas divisões e insanas rivalidades entre os partidos e movimentos de Esquerda. Após a guerra civil os franquistas reagem prendendo toda a cúpula do ERC, s

Os incêndios e os vampiros

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O êxodo dos meios rurais, o desordenamento florestal, o excesso de eucaliptos, a incúria dos municípios e proprietários, o negócio dos fogos, a vertigem dos incendiários, a rede elétrica e fenómenos climatéricos anómalos, reuniram-se, no ano 2017, para acrescentar ao desastre habitual, a morte e o sofrimento de numerosas vítimas. O que se torna obsceno é a mórbida evocação, a impedir o luto do país e, sobretudo das famílias, com fins partidários, e necessidade de esquecer responsabilidades passadas e presentes de uma direita sem pudor, remorsos ou soluções. Após numerosas missas, exibições de labaredas, reincidentes visitas do PR e evocações diárias da tragédia, repetem-se relatórios, acusações furiosas da direita, com provedores de Misericórdias, vítimas que fazem o luto na televisão, ex-autarcas do PSD nomeados generais de bombeiros e a rede de comentadores que vive da exumação de cadáveres. Porque é preciso que o fogo das acusações continue atiçado, aparece mais um “relatóri

O empreiteiro imprevisível e os efeitos colaterais.

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Desenho de Patrick Chappatte, Le Temps, Suiça.

Marcelo ou um Presidente que vai nu…

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"... Temos de ser capazes de fazer chegar à sociedade portuguesa a seguinte mensagem: ninguém é feliz ou pode ser feliz fingindo que não existe pobreza ao seu lado. Ou, dito de outra forma: é uma vergonha nacional sermos, em 2017, e agora já em 2018, das sociedades mais desiguais e com tão elevado risco de pobreza na Europa. Eu tenho vergonha "... Marcelo Rebelo de Sousa, numa sessão sobre Pobreza, na Fundação Calouste Gulbenkian, em 21.03.2018 link .   Senhor Presidente: todos temos vergonha da pobreza que nos cerca e, pior, medo de virmos a engrossar a fileira dos pobres, dos ‘miseráveis’ e dos ‘excluídos’. Todavia, essa vergonha não deve envolver os pobres como uma entidade subjetiva e alegórica. Uma coisa é a pobreza enquanto praga social que misericordiosamente nos comove, outra coisa será os mecanismos que empurram diariamente os cidadãos para essa iniquidade. Os pobres existem, estão ao nosso lado no dia-a-dia e, na realidade, estão para ficar. Não existem m

Como se fabricam católicos

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Nos primeiros dias de vida os pais entregam os neófitos ao padre, que lhes mergulha a fronha em água benta, limpando-os do pecado original quando ainda precisam de quem lhes mude a fralda. Depois, crescem no temor a Deus, que rejubila se comem a sopa e se entristece quando adormecem nas orações. Aos seis anos de idade, com muitas ave-marias e padre-nossos rezados, para que o Deus cruel e apocalíptico os livre das perpétuas chamas e do azeite fervente do Inferno, onde só há choro e ranger de dentes, as pias catequistas ensinam-lhes os dez mandamentos da Santa Madre Igreja e os do único Deus verdadeiro, privando-os de tempos livres. Depois do exame de aptidão vem a confissão. Os pecados – ofensas feitas a Deus –, são ditos ao padre, punidos com penitência adequada e perdoados para poderem saborear o corpo de Cristo numa fina rodela de pão ázimo (sem fermento nem sal). Com a missa semanal e a desobriga pela Páscoa da Ressurreição, como tarifa mínima, seguida de nova

Marielle Franco

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A mulher teve sempre um quinhão maior de sofrimento, em todas as épocas e nas mais diversas sociedades, só comparável à dimensão dos direitos que lhe foram negados e de que ainda há quem a queira espoliada. Ser mulher é a circunstância na perpetuação da espécie e um ónus que lhe impõe quem a quer tolhida para a liberdade e para a aventura da igualdade em que homens e mulheres se realizem de acordo com o mérito de cada um/a. Não há felicidade para quem é escravo nem para quem escraviza. A igualdade plena é a meta civilizacional, onde não cabem tradições patriarcais das tribos da Idade do Bronze. O papel reservado às mulheres define o grau civilizacional e a maturidade da sociedade, sendo certamente mentecaptos os homens que se julgam superiores e trogloditas os que exercem a violência, frequentemente legal ou socialmente aceite. É intolerável que religiões, criadas por homens, imponham às mulheres os seus desejos, que atribuam a uma desalmada vontade divina a dor que lhes inflige

Econtrado no meu arquivo_3

[O Dr. Jorge Sampaio] «É a cabeça do polvo socialista» Feliciano Barreiras Duarte, mandatário do Eng.º Ferreira do Amaral a PR, dezembro de 2000.

A FRASE

«Percebemos e subscrevemos o princípio de que a escola não pode educar apenas da cabeça para cima.» (Ana Rita Bessa, deputada do CDS, sobre a possibilidade de a Educação Física contar para a média escolar) – DN, hoje, pág. 9.

Encontrado no meu arquivo_2

1 - «Marques Mendes esteve no Conselho de Ministros que aprovou a localização [Ota] e mudou de opinião, agora, ao sabor das sondagens.» (Feliciano Barreiras Duarte, sobre o aeroporto da Ota, junho de 2007) 2 - «O erro é de Feliciano Barreiras Duarte. Falsificou o currículo. É uma saloiice, uma batotice.» (Marques Mendes, março de 2018)

Bem-vinda, Primavera

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Alegoria da Primavera Saudemos o equinócio com o famoso quadro de Sandro Botticelli.

Encontrado no meu arquivo

Como católico que sou, acho que Deus me iluminou para defender esta região [Leiria]. Para, de sabre na mão, cortar as ervas e as silvas do caminho. Feliciano Barreiras Duarte (Focus) Eu quero é institucionalizar uma voz de Leiria, não quero individualizar nada. E até pela minha fraca figura não vou ser eu essa voz. idem (ibidem) LIDO       D.N. 1/08/2002

Marielle Franco

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  A execução sumária de alguém que decidiu bater-se pela liberdade é um crime civilizacional e um acto repugnante. Todavia, o repúdio fontal não deve esconder as razões subjacentes à selvageria que o assassínio encerra. Marielle Franco é descrita pelos mídia como uma ‘favelada’. Associada a este rótulo cola-se uma lutadora pela vida, pela liberdade e pelo fim da violência. As favelas são um antro onde a liberdade não existe. São um espaço – humanamente deteriorado - onde a pobreza campeia e a lei é a barbárie. Quem nasce, cresce e vive neste ambiente ganha – por instinto - uma couraça protetora e vontade para lutar pela sobrevivência. A vivência diária entre fogos cruzados – da criminalidade e das ‘forças da ordem’ - é um tirocínio de vida insubstituível mas, também, uma lotaria quando a expectativas. O amanhã, propriamente, não existe. Trata-se de uma expressão concentrada (agrupada) das profundas desigualdades económicas e sociais que continua a gerar incompreensíveis silê

Saudades do governo de Passos Coelho e Paulo Portas

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Naquele tempo, que Cavaco Silva desejou esticar, corriam rios de mel, e só não havia virgens à espera das vítimas porque era outra a devoção em Belém e S. Bento. As matas eram então incombustíveis, à prova de pirómanos, as urgências dos hospitais aguardavam doentes para quebrarem o tédio aos enfermeiros e médicos, a banca estava capitalizada e sem créditos malparados, o emprego era pleno e os portugueses viviam felizes com a sobretaxa do IRS e divertidos com os orçamentos de Estado à espera dos retificativos. Os vírus não matavam, o sarampo não era epidémico e a bastonária dos enfermeiros não se oporia à vacina obrigatória aos seus membros, para exercerem a profissão no Estado, se acaso ocorresse ao governo a prudência e o bom senso a ela. As pessoas podiam andar deprimidas, mas as vacas dos Açores sorriam com a presença do casal presidencial, e as cagarras das ilhas Selvagens acolhiam ruidosamente a visita do PR sem a prótese conjugal. O país vivia feliz, espoliado dos feria

«Lá vai Boneco»

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Do meu amigo Onofre Varela, escritor, jornalista e desenhador:

Marcelo, o Islão e a Ordem da Liberdade

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou na última sexta-feira a Comunidade Islâmica de Lisboa, com a Ordem da Liberdade, numa cerimónia em que se assinalaram os seus 50 anos. Depois de ter atribuído o seu mais alto grau a Cavaco Silva, cidadão sobre o qual não há a mais leve suspeita de ter defendido a liberdade ou o menor indício de ser contra a ditadura, espera-se tudo do destino da venera que devia estar reservada para quem lutou contra o fascismo, para os militares que o derrubaram e para quem presta relevantes serviços na defesa da liberdade e dos direitos humanos. Atribuir a Ordem da Liberdade a uma religião, a qualquer religião, já seria uma ousadia, mas atribuí-la a uma Comunidade fiel ao monoteísmo que é totalitário na sua essência, e incapaz de separar o poder político do religioso, é uma ofensa aos valores da laicidade e da democracia. O Islão, na sua perversa conceção do mundo e no proselitismo agressivo que pratica, só merece o respeito que a

Reformas Laborais: impasse ou mais uma oportunidade perdida...?

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A recente discussão e votação na Assembleia da República de algumas propostas de alterações sobre legislação laboral apresentadas pelo PCP, BE e PEV pôs a nu substanciais discordâncias no âmbito da Esquerda sobre a reversão de algumas medidas de ‘flexibilização’ (vulgo, ‘liberalização desregulada’), que foram ditadas pela Troika e alegremente acolhidas pela Direita, durante o doloroso e vergonhoso período de ‘intervenção externa’. Situações como o banco de horas e a caducidade da contratação coletiva - entre outras disposições - que, aliás, constam do programa de Governo, apresentado na AR, mereceram, no presente, um incompreensível titubear da bancada do PS. A intervenção da deputada do PS, Wanda Olavo Correa D’Azevedo Guimarães (a pomposidade aristocrática do nome é reveladora), foi um verdadeiro repositório da maneira como se pretende ‘roer a corda’, protelando os problemas e pretendendo iludir questões fundamentais (históricas) que, não sendo novas, visto que há largos