CDS e o circo de Lamego

O 27º. Congresso do CDS foi uma sessão alienígena. Ou, se quisermos, foi um convívio onde com certeza se andou a ‘fumar’ qualquer coisinha. A líder do CDS oficiou uma sessão de alquimia capaz de transformar o mais reles pechisbeque em ouro. Os portugueses fixaram nas suas retinas e nos seus tímpanos o solene anúncio de apresentação: ‘a futura primeira-ministra de Portugal’! link.
 
Aqueles que não se escangalharam com o riso (poucos) devem ter ficado preocupados com o delírio megalomaníaco.
 
Na verdade, a repetida celebração dos resultados das autárquicas em Lisboa (onde Cristas obteve 21% dos votos na ausência de um verdadeiro candidato alternativo da Direita) continua a ofuscar o resultado nacional (nas mesmas eleições) de pouco mais de 2,5% de votos. É desta última percentagem eleitoral (nacional) que o CDS parte para as próximas eleições. Certo que as autárquicas são diferentes das legislativas. Mas uma outra verdade é que para a estimativa do peso eleitoral (nacional) também deveria ser acautelada a viciosa extrapolação dos resultados obtidos nas autárquicas em Lisboa.
 
Na melhor das hipóteses poderá recuar aos 11,7 % das legislativas de 2011. Nas últimas legislativas com o PàF será difícil discriminar votos e distribuir os 36,8% obtidos aos partidos coligados. A 'frente de Direita' recolheu muitas trasfegas de votos sendo que, deste modo, as contabilidades são pouco claras e mais difíceis.
 
As acrobacias a que assistimos no congresso do CDS, sem rede, sem tino e sem pudor, revelam como está a Direita: sonâmbula, perdida e desesperada.
 
Em Lamego não estavam propriamente congressistas. O que aí plantou arraiais foram trapezistas (cujas últimas prestações – 2011 a 2015 – os portugueses tão cedo esquecerão).
 
Assunção Cristas escolheu Lamego para se consagrar. O diletantismo e a arrogância, contudo, levaram-na a imolar-se. No espaço de 1 mês é mais um(a) líder do espectro entre o dito Centro e a Direita a alimentar ‘excentricidades vitoriosas’. O mínimo que a Direita concebe é vencer as eleições. Depois, será o que vier mas uma coisa é certa:  o sacrifício do incauto(a) candidato(a).
 
Esta a autofágica ideologia ultraconservadora travestida de ‘pragmatismo’.

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