A América perdeu a guerra
George W. Bush prometeu levar «muito a sério» o relatório sobre a mudança de estratégia no Iraque e apelou a todos os parlamentares para fazerem o mesmo. A retirada progressiva dos militares e reuniões com países vizinhos são algumas das propostas do relatório.
O aparecimento do pragmático James Baker é já um bom augúrio.
Quando Bush afirmou que Deus estava com ele – antes da tragédia em que envolveu países democráticos e da carnificina que provocou no Iraque –, fez a síntese de uma tripla mentira: a ajuda divina, a proclamada unção e o resultado favorável da macabra aventura.
A economia das palavras deu lugar ao exagero da tragédia em que se lançou com os cúmplices conhecidos. Dos comparsas, dentro em breve, só restará o actual presidente da Comissão Europeia – o único para quem o crime compensou.
Donald Rumsfeld abandonou o Pentágono sem honra nem glória. John Bolton, embaixador na ONU, foi despedido apesar dos esforços patéticos de Bush para mantê-lo. Dick Cheney, um falcão com cheiro a petróleo, está desacreditado. Os «neocons», que quiseram promover a fé e os bons costumes, estão moralmente feridos e desacreditados no seu proselitismo.
A América perdeu a guerra no Iraque e Bush é hoje o destroço que bóia num mar de angústia e compunção.
Depois da tragédia, que o fundamentalismo americano provocou, é altura de a Europa restabelecer relações fraternas com os EUA. Não nos esqueçamos de que vivemos no mesmo espaço cultural, temos uma civilização comum e os Direitos do Homem a defender.
O pesadelo de Guantánamo e Abu Ghraib têm de ser superados. Bush tem de ser esquecido, na impossibilidade de o fazer julgar no TPI com os seus cúmplices, e os EUA têm de voltar ao concerto das nações defensoras dos direitos humanos, da paz e do progresso internacionais.
Diabolizar os EUA é o melhor serviço que se pode prestar ao fascismo islâmico e a outras ameaças totalitárias que medram no Planeta. Só a união de esforços entre os EUA e a Europa, esta com o aprofundamento da sua integração, podem fazer frente aos perigos que enfrentamos.
Comentários
Não liguem ao homem... façam de contas que acreditam nele! A verdade é que ninguém liga ao Esperança!
Tive um comentário de um "destacado" dirigente do PS Coimbra que revela bem que é, mas fundamentalemnte o que acham deste senhor! "é um zé ninguém!"
Foi fabuloso ouvir isto... peço desculpa, mas só aqui vim dizer isto, vou-me já embora, com tranquilidade
Absolutamente de acordo com o post!
Só um pequeno pormenor ensombra a sua vontade de retomar em força o diálogo entre a Europa e os EUA.
- A administração Bush continua no poder e, como tal, não vai mudar no essencial - só mudará o que for politicamente insustentável.
O relatório do ISG (grupo de Estudos do Iraque) ou Baker-Hamilton, foi essencialmente, incumbido de gizar os caminhos que permitissem uma saída honrosa do Iraque.
Não sabemos se isso, ainda, será viável. Mas se o for, os custos, para os EUA e para o Médio Oriente, serão muito onerosos.
A integração da Síria e do Irão como partes do problema e da sua solução, deverá trazer ao de cimo várias e importantes questões. A saber:
1.) o conflito israelo-palestino;
2.) a questão israelo-síria sobre os montes Golã;
3.) a "legitimização" do programa nuclear iraniano;
4.) a questão sírio-libanesa e/ou iraniano-libanesa intermediada pelo Hezbollah;
Estas questões, e outras que lhes são acessórias, são pesadíssimas e, em meu entender, difíceis de ser "carregadas" exclusivamente pelos EUA. É, portanto, na resolução destes intrincados e multipolares problemas que a CE tem um importante papel a desempenhar.
Contudo, e para nosso descontentamento, Durão Barroso, actual presidente da CE, não parece ter o perfil adequado para gerir esta situação. É, tem sido, um "sicário político" às ordens de Bush. Viverá, neste momento, um terrível sentimento de orfandade.
Todavia, o meu voto é que estando a situação diagnosticada sem subterfúgios e a realidade bem visível, a Europa se mostre à altura das suas responsabilidades perante o Mundo.
Estamos a precisar desse estímulo.
Temos na nossa frente a oportunidade!
O que um diz o outro derrete-se todo... ai ai ... o menino disse eu estou de acordinho.. ui.. ui
100% de acordo consigo. Coitado do Carlos Esperança, deixem-nos falar. Ele gosta de se ouvir!
Mas já repararam numa coisa?! se um dia, uma pessoa como esta chegasse ao poder, teriamos outra (para além da que já temos) ditadura!
Reparem que tudo o que a ele diz respeito e gosta, são 100% correctas, o que os outros gostam, para ele são só defeitos!
Eu até lhe explicava que não existem ninguém necessariamente só com virtudes, ou só com defeitos. existem pessoas que não gostamos cheias de virtudes e pessoas que amamos cheios de defeitos!
Eu até lhe explicava isso, mas na sua idade idade, já não vale a pena! Burro velho, já mais compreende!
não teria dúvidas na escolha.
Espanta-me que aí na terra dos Doutores e arredores, se utilize tanta ordinarice e baixeza de linguagem para se dizer "não estou de acordo..."
Um hommem que apenas pretende ofender não se esconde por detrás do anonimato... fala grosso mas assina-se.
Cobardia não.
Manuel Brito/Porto
Só aqui vem quem quer, só comenta quem quer.
Não se gostar do homem e das suas ideias não justifica escrever desaforos e despropósitos.
E mais. Com todos os defeitos que como ser humano terá tem uma qualidade que lhe reconheço sem qualquer condescendência: Permite pôr-nos a todos a discutir assuntos de relevante interesse público(como é óbvio uns mais que outros).
Ninguém é obrigado a comungar dos seus ideiais políticos e sociais, mas defender a sua dama não é crime que se saiba.
Continue pois a fazer o que tem feito até aqui. E bem.
Não conte comigo para participar em "flame wars"...
Então agora que a América perdeu guerra vamos todos a correr lamber as mãos do imperador?
Afinal tanto disse e desdisse sobre os erros da invasão e agora está cheio de medo quantos aos fundamentalismos que por aí medraram?
Coerência meu amigo. É preciso manter o discernimento.
Caso para desconfiar.
Um caso perdido.
Trata-se de matéria criminal.
Há vários crimes nesta página.
Tenham vergonha anónimos!
Injúria
1 - Quem injuriar outra pessoa, imputando-lhe factos, mesmo sob a forma de suspeita, ou dirigindo-lhe
palavras, ofensivos da sua honra ou consideração, é punido com pena de prisão até 3 meses ou
com pena de multa até 120 dias.
2 - Tratando-se da imputação de factos, é correspondentemente aplicável o disposto nos nºs 2, 3 e 4 do artigo anterior.
Artigo 180º
Difamação
1 - Quem, dirigindo-se a terceiro, imputar a outra pessoa, mesmo sob a forma de suspeita, um facto,
ou formular sobre ela um juízo, ofensivos da sua honra ou consideração, ou reproduzir uma tal
imputação ou juízo, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 240 dias.
2 - A conduta não é punível quando:
a) A imputação for feita para realizar interesses legítimos; e
b) O agente provar a verdade da mesma imputação ou tiver tido fundamento sério para, em boa fé, a
reputar verdadeira.
3 - Sem prejuízo do disposto nas alíneas b), c) e d) do nº 2 do artigo 31º, o disposto no número
anterior não se aplica quando se tratar da imputação de facto relativo à intimidade da vida privada e
familiar.
4 - A boa fé referida na alínea b) do nº 2 exclui-se quando o agente não tiver cumprido o dever de
informação, que as circunstâncias do caso impunham, sobre a verdade da imputação.
5 - Quando a imputação for de facto que constitua crime, é também admissível a prova da verdade da
imputação, mas limitada à resultante de condenação por sentença transitada em julgado.
Os insultos diminuem quem os profere e não a pessoa a quem os destinam.
As recomendações expressas vão originar uma carga de trabalhos à diplomacia dos EUA e da CE.
O trabalho que Bush pretendeu evitar na altura em que decidiu invadir unilateralmente o Iraque.
Fora do contexto xiita/sunita, julgo que a Europa será chamada a lidar com o problema curdo, via Turquia - país em negociação para a adesão à CE. Só trabalhos.
Independentemente desta framentação artificial torna-se visível e notório que a resolução do problema Iraque, terá de ser uma negociação global para todo o Médio Oriente (incluindo Palestina e Líbano).
Bush é, portanto, um aliado problemático. Diria, parte do problema e longe da solução.
São eles os insultados, afinal.
Façam-se gente... ou alistem-se no Iraque, é sempre tempo!