Venezuela. Eleições presidenciais
Não gosto do discurso de Hugo Chavez, nem quanto à forma nem quanto à substância. Parece-me populista e demagogo, a meio caminho entre o revolucionário utópico e o místico, capaz de pedir a protecção divina e de converter-se num ditador.
Mas, pouco interessa o que eu possa pensar de Hugo Chavez. Os eleitores do seu País ocorrem às mesas de voto numa percentagem impressionante e dedicam-lhe a maioria dos votos. O povo ama-o e esse facto torna irrelevantes os meus preconceitos e os queixumes dos adversários.
Se as eleições, disputadas segundo as regras democráticas, conseguem uma afluência, capaz de nos fazer inveja, e uma maioria sólida que qualquer concorrente gostaria de conquistar para si, só podemos aplaudir a maturidade cívica do povo venezuelano e respeitar-lhe a vontade.
Curiosamente quem já pretendeu conquistar o poder através de um golpe de Estado foram os que o não conseguiram nas urnas. Os nossos critérios democráticos não podem variar ao sabor dos resultados.
Por tudo isto, parabéns a Hugo Chavez pela vitória e felicidades para o povo venezuelano.
Para memória futura – Em princípio, penso que não basta uma vitória democrática para fazer do vencedor um democrata. Recordo os votos étnicos e as manipulações religiosas que conduzem ao poder abomináveis ditadores. Para já, não é o caso da Venezuela.
Mas, pouco interessa o que eu possa pensar de Hugo Chavez. Os eleitores do seu País ocorrem às mesas de voto numa percentagem impressionante e dedicam-lhe a maioria dos votos. O povo ama-o e esse facto torna irrelevantes os meus preconceitos e os queixumes dos adversários.
Se as eleições, disputadas segundo as regras democráticas, conseguem uma afluência, capaz de nos fazer inveja, e uma maioria sólida que qualquer concorrente gostaria de conquistar para si, só podemos aplaudir a maturidade cívica do povo venezuelano e respeitar-lhe a vontade.
Curiosamente quem já pretendeu conquistar o poder através de um golpe de Estado foram os que o não conseguiram nas urnas. Os nossos critérios democráticos não podem variar ao sabor dos resultados.
Por tudo isto, parabéns a Hugo Chavez pela vitória e felicidades para o povo venezuelano.
Para memória futura – Em princípio, penso que não basta uma vitória democrática para fazer do vencedor um democrata. Recordo os votos étnicos e as manipulações religiosas que conduzem ao poder abomináveis ditadores. Para já, não é o caso da Venezuela.
Comentários
Em vez de eleger-se, fez-se plebiscitar. Na sua carteira política tem um novo modelo de governação, com a designação de "revolução bolivariana". Até aqui tudo bem.
O problema que poderá estar (está?) a surgir é, outra coisa - o "chavismo". Este, é outra coisa - um projecto de poder pessoal, messiânico e impregnado de um populismo inaudito. A verificar-se esta última situação quem saí diminuida (ferida) é a democracia. E quem pagará a maior e mais pesada factura serão os venezuelenos que, hoje, acreditam no seu projecto e, amanhã, poderão ser espoliados da sua liberdade. É cedo para avaliar as consequências deste plebiscito. Mas a história ensina-nos que os plebiscitos nunca foram (em política) um bom sinal.
É, para além disso, um importante líder político da América do Sul, neste momento, varrida por uma heterogénea vaga que vai do vulgar populismo a sérias tentativas sociais democráticas. Todas, tendo como denominador comum o multilateralismo em franca oposição ao unilateralismo norte-americano.
Goste-se ou não, a América Latina, está sob o signo da mudança. Situação a observar com prudência e, simultaneamente, controlada abertura, pelo Mundo.
Peço-lhe apenas que seja justo e que tenha uma palavra de apoio em direcção aos mais desfavorecidos.
Manuel de Brito/Porto
Assim, e porque estamos a falar de eleições na América Latina, apesar de tudo (com algumas argoladas, não decisórias do resultado final) VIVA CUBA, VIVA A VENEZUELA, VIVA A BOLÍVIA, E ... QUEM SE SEGUE !?.
Gringos, procurem em vós a energia que os outros têm; não invadam.
Vamos ver agora se imprime reformas com vista a uma melhor justiça social.
«Hoje começa uma nova era no projecto de desenvolvimento bolivariano que terá como força central e fundamental o aprofundamento, ampliação e expansão da revolução bolivariana, da democracia revolucionária, na via venezuelana para o socialismo», acrescentou o presidente da Venezuela, que foi eleito para mais um mandato de seis anos».
Observação: É desta linguagem que suspeito.
... e Portugal o político tem de duzer sempre coisas que as pessoas não gostem de ouvir, atacar alguma classe social, dizer mal de alguém. Se não o fizer será classificado de demagogo. É este o espírito português: mesquinho e invejoso. Se não se falar mal de alguém não se é bom político.
Nada mais errado, um político deve dar confiança à economia, à população e tentar ser o mais agradável possível. Veja-se os resultados de 5 anos de discurso anti servidores do estado em Portugal com o reslutado de uma crise contínua. As famílias atacadas no discurso retríram o consumo com medo, os investidores estão à espera que os ataques se concretizem para poder empregar a preços mais baixox e esperam, mão produzindo.
Claro, Barroso, Sócrates não são populistas, dizem coisas que ninguém gosta de ouvir e fazem outros ficar à espera , assim adiando Portugal.
Como seríamos diferentes se os políticos elogiassem a adm. pública, dissessem que há muitos exemplos de gente virtuosa e dedicada, valorizassem essas pessoas, motivassem os trabalhaores. Este tornar-se-ai melhores, mais confiantes e mais consumitas. Os empresários tinham mercado para vender mais, investiam, produziam e não estariam à espera de desempregados que não chegam. Mas não se pode fazer esse discurso, seria ser populista e demagogo, e não pode ser. Temos de ser rancorosos, falar mal de todos.
Pois bem , eis o resultado da mesquinhez e inveja à portuguesa: estagnação, e mais estagnação leva à mais discurso "dificil" que leva a mais estagnação.
el s
PS: Chávez não é assim tão populista, parte da população não gosta nada do que ele diz (média alta e alta) ou esses não são povo? Povo é só o pobre?
Venezuela Experienced Record Growth of 17% in 2004
Thursday, Feb 17, 2005 Print format
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By: Sarah Wagner – Venezuelanalysis.com
Caracas, February 17, 2005—Venezuela’s gross domestic product grew 17.3% in 2004, closing the year with a "notable recuperation" according to the Central Bank of Venezuela. The oil economy, which accounts for 80% of the country's exports, experienced an 8.7% growth rate. This growth "constitutes the highest level reached since the Central Bank of Venezuela began to calculate the figure (GDP)," said the Central Bank.
The average growth rate for non-oil economy was 17.8%. All non-oil sectors demonstrated "significant growth", with a particularly strong showing in construction (32.1%), financial institutions and insurance (26.6%), transportation and warehousing, (26.4%) commerce and repair services (25.5%), and manufacturing and industry (25.4%). Mining (11.8%), communications (10.2%), and electricity and water (6.9%) also registered notable growth rates. The private sector grew 18.6% and the public sector grew 11.0%.
...
The Central Bank of Venezuela maintains a positive outlook for 2005. "Evidently, the indicators registered in 2004, in GDP as well as balance of payments, allow for the prediction of sustainable growth in economic activity for 2005. High oil prices, political stability and a favorable outlook for consumer activity and investment will allow for continued growth this year," the Bank reported.
PS: Mais populistas, por favor.
el s
It is sometimes asserted that Venezuela under President Hugo Chavez Frias (1999 to the present) has been an economic failure, as compared with the past. For example, a recent news article in the Washington Post referred to "Hugo Chavez, the populist Venezuelan president whose giveaways to the poor have slowed economic progress."1 Such claims are not supported by the evidence. From 1970-1998 per capita income in Venezuela fell by 35 percent.2 This is the worst economic decline in the region and one of the worst in the world -- much worse even than what happened to Africa during this period. Since the present government took office, per capita income growth is about flat,3 and will likely be positive at year's end. So the Chavez government can at least claim credit for reversing the terrible long-term economic decline in Venezuela, according to the standard reference sources on economic growth. But there are other considerations. First, it would not be fair to hold the government accountable for the loss of output due to opposition actions aimed at toppling the government. The oil strike of 2002-2003 caused enormous damage; one might also include the military coup and other de-stabilizing actions. If not for these efforts, economic growth would almost certainly have been substantially higher and well above the average for the region. But the first point, about reversing the country's long economic decline, holds true even if one ignores the effect of opposition actions on the economy. Also there has been a significant improvement in the lives of the poor -- the majority of Venezuelans -- in terms of access to health care and other services, as well as subsidized food. It is therefore very difficult to construct an economic argument that the majority of Venezuelans are worse off as a result of the present government. One would have to produce a counterfactual in which this terrible 28-year economic decline that preceded the Chavez government would have reversed itself in the absence of any change in policies or government, and then the economy would have grown so much faster than the rest of Latin America that, even without any social programs for the poor, enough would have trickled down to them so that they would be better off than they are now. This is not a very plausible story. There have been a number of articles recently (e.g. Christian Science Monitor,4 Andres Oppenheimer in the Miami Herald5) claiming that poverty has actually increased under President Chavez, based on government statistics. This is also wrong, because: a) These data do not include the non-cash income of the poor -- including subsidized food and access to health care services. Since there have been enormous changes in these areas, any comparison would have to take these changes into account in order to accurately measure the change in living standards of the poor. With subsidized food now reaching 46 percent of the population, this one program alone could easily push millions of people over the official poverty line that is based on cash income only. Any comparison of poverty today with past years that does not include these new benefits to
the poor is essentially meaningless.
PS: Mais demagogos por favor
Sim, pq...
Poverty rates are generally very sensitive to sharp changes in economic growth.7 As can be seen in the table, almost all of the increase in poverty during this period is in one year: 2002 (first quarter) to 2003 (first quarter). Not surprisingly, this is the worst of the recent economic recession, which was caused by the oil strike of December 2002-February 2003. Over that year, GDP was down 24.9 percent.8 At the same time, the poverty rate moved from 41.5 percent to 54 percent, a 30 percent increase.
pq a oposição fez o que fez, ... sem ela teria baixado, e baixou sempre q Chávez esteve no poder sem ser incomodado.
el s
PS: Mais demagogos por favor
«Hoje começa uma nova era no projecto de desenvolvimento bolivariano que terá como força central e fundamental o aprofundamento, ampliação e expansão da revolução bolivariana, da democracia revolucionária, na via venezuelana para o socialismo», acrescentou o presidente da Venezuela, que foi eleito para mais um mandato de seis anos».
"Observação: É desta linguagem que suspeito."
Hugo Chavez tem todo o direito de propor ao povo venezuelano a chamada "revolução bolivariana", entendida como um projecto renovado, na América do Sul, que investe na politização, mobilização e organização do povo.
Um projecto que rejeita o neoliberalismo económico e valoriza a ação política. Claro que estes conceitos estratégicos fragilizam as elites locias, extremamente dependentes do apadrinhamento e das bençãos do poder politico e económico norte-americano. O seu governo tem lutado pela integração latino-americana, mais uma vez, contra a hegemonia ianque. Nesse sentido tem insistido que não há soluções parcelares (para Cuba, para a Venezuela, para o Brasil, para o Chile, para o Equador, para a Bolívia, etc.) sem uma unificação econômica, política, social, para promover as transformações sociais. Propõe, p. exº., a criação de uma empresa petrolífera e energética latino-americana e estatal, capaz de enfrentar as grandes potências nas estratégias do desenvolvimento.
A novidade destas eleições é o projecto de "revolução bolivariana" se definir, agora, como socialista. Antes, caracterizava-se como uma alternativa ao neoliberalismo com base num projeto nacionalista (inspirado no Libertador Simão Bolivar), democrático e popular. Trata-se de uma mutação substantiva que a prática vai afirmar ou negar. O grande indicador serão os mecanismos de distribuição da riqueza.
Todo este projecto vive da imagem e da personalidade de Hugo Chavez. Esse é o problema.
O "chavismo" pode matar a "revolução bolivariana", legitimamente, consagrada nas urnas .
A história mostra derivas deste tipo em direcção a insuportáveis "caudilhismos".
Volto a insistir, como no 1º. comentário, que esse é o grande problema ou, se quisermos, a grande icógnita.
É desta linguagem que o Carlos Esperança suspeita...porque, é ateu, laico e socialista.
"O reino do amor e da paz de cristo..." é o verdadeiro socialismo...os que não acreditam, só pensam no umbigo, nunca numa sociedade justa e fraterna.
Sabe, um verdadeiro cristão, pode e deve ser um homem de esquerda...
O problema destes países é que não têm escolhas reais... Deveriam votar (se quiserem) em branco, mas isso é utopia.
Diogo.