Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Para mim seja do PCP ou doutro partido qualquer ( e houve muitos exemplos anteriores), acho que não devia ser permitido que os deputados se tornem "independentes".
Levada ao estremo esta possibilidade daria origem a cenários de alucinação, como, uma vez empossados, os deputados recorrerem a esta forma ou mudarem de partido e a composição da AR aparecer completamente viciada.
Repare-se que os partidos faze, muitas vezes substituições, rotações, de tal maneira que às vezes ninguém sabe (dos eleitores) quem são os representantes do partido x em funções efectivas.
Peço desculpa pela confusão que me levou a apagar este texto.
A democracia impera no Partido, os interesses do povo estão acima dos interesses de qualquer deputado ou vereador...
Quando há problemas e os interesses pessoais se pretendem acima, dos interesses partidários, o caminho é a rua...
O PCP dá lições de honestidade e desapego ao poder...os outros têm inveja.
Mais, muitas vezes tenho votado em pessoas que não militam em partidos, mas subscrevem programas ideológicos, mantendo a sua independência das questões partidárias.
Não voto em simbolos - voto sempre em pessoas.
A deputada Luísa Mesquita entrou em diferendo com a Direcção do seu Partido, não se disponibilizando para encurtar um compromisso que, no meu entender, assumiu, explicitamente, perante os eleitores de Santarém, de os representar nesta legislatura.
Agruras da vida partidária que tem muitos pontos de atrito, muitos ajustes, demasiadas inflexões táticas, algum "carreirismo", etc.
Felizmente, não ouvi, da parte da militante expulsa, qualquer consideração que revele ter abandonado as suas convicções. Por, isso, defendo que tem, para já,condições de continuar como deputada independente. Porque na minha convicção, quando solicitada na AR, votará à Esquerda, votará comunista.
Acredito que Luísa Mesquita não é uma Zita Seabra.
Por isso, não valorizo, nem prezo a pompa e a circunstância com que o PC anunciou a sua expulsão.
As medidas disciplinares são quase sempre um evidente sinal de fraqueza. Ou da deficiente argumentação da liderança ou, por receio de eventuais danos que possam advir. Nada disto parece estar em causa.
Este episódio mais parece uma jactância.