¿Por qué no te callas?
O rei de Espanha é uma personalidade simpática, de fino trato e irradiante simpatia. A sua indigitação como rei pelo ditador Franco foi esquecida pelo papel corajoso e digno que desempenhou na preciosa ajuda à contenção do golpe fascista do anacrónico tenente-coronel de tricórnio, Tejero Molina. Quando este invadiu em 1981 o Congresso dos Deputados e pretendeu sequestrar o Governo e os deputados que aí se encontravam, D. Juan Carlos não hesitou em jogar toda a sua influência na defesa da democracia.
Mas os actos de reconhecimento não duram mais do que uma geração e os povos têm a memória curta. A família real espanhola é hoje mais importante para fazer as capas das revistas cor-de-rosa do que para influenciar o futuro de Espanha.
O gesto de um rei que enfrenta o exótico presidente Chavez, cuja cultura democrática é débil, torna-se o herói do momento mas atrai a reflexão sobre as circunstâncias do trono que ocupa e da legitimidade democrática de uma monarquia que Franco tirou da cartola para perpetuar a Espanha católica e conservadora.
Acontece que a Espanha é republicana como já o demonstrou no passado, com alguma infelicidade, aliás. E não são as circunstâncias de um filho igualmente empático e de uma nora bonita, plebeia e divorciada, que dá um toque de modernidade à coroa, que vai impedir a marcha de Espanha para a República.
Ninguém se deu conta de que o rei, ao intervir numa cimeira onde tinha um mero papel decorativo – a cimeira ibero-americana – deslocou as atenções para a discussão do papel da monarquia na Espanha moderna, rica e culta.
A interpelação do rei de Espanha ao presidente da Venezuela pôs a rodar os ponteiros do relógio que reconduzirá Espanha a uma nova República.
¿Por qué no te callaste, Juan Carlos?
Mas os actos de reconhecimento não duram mais do que uma geração e os povos têm a memória curta. A família real espanhola é hoje mais importante para fazer as capas das revistas cor-de-rosa do que para influenciar o futuro de Espanha.
O gesto de um rei que enfrenta o exótico presidente Chavez, cuja cultura democrática é débil, torna-se o herói do momento mas atrai a reflexão sobre as circunstâncias do trono que ocupa e da legitimidade democrática de uma monarquia que Franco tirou da cartola para perpetuar a Espanha católica e conservadora.
Acontece que a Espanha é republicana como já o demonstrou no passado, com alguma infelicidade, aliás. E não são as circunstâncias de um filho igualmente empático e de uma nora bonita, plebeia e divorciada, que dá um toque de modernidade à coroa, que vai impedir a marcha de Espanha para a República.
Ninguém se deu conta de que o rei, ao intervir numa cimeira onde tinha um mero papel decorativo – a cimeira ibero-americana – deslocou as atenções para a discussão do papel da monarquia na Espanha moderna, rica e culta.
A interpelação do rei de Espanha ao presidente da Venezuela pôs a rodar os ponteiros do relógio que reconduzirá Espanha a uma nova República.
¿Por qué no te callaste, Juan Carlos?
Comentários
¡Cálate hombre!
Na verdade, pelo menos para a Esquerda, embora seja uma questão "não-resolvida", não é uma quesília premente, nem sequer urgente.
Mas há inúmeras vantagens na postergação do "levantar" deste problema.
O primeiro dos quais, a importantíssima questão das nacionalidades.
Aliás, penso que as monarquias sobreviventes no Ocidente, são meras questões de conveniência. Como alguns casamentos...
O meu ponto de vista não foi corroborado por nenhum órgão de comunicação. Nem por isso deixa de ser uma hipótese a considerar.
O tempo nos dirá. Não foi a originalidade que me deslumbrou mas o conhecimento pessoal das duas Espanhas.
Com este tipo de gente não há dialogo possivel, é manda-los calar ou cala-los pela força. Saddam é menos 1, amanhã o palerma do Irão, depois da amanhã o da Coreia do Norte, a seguir o da Venezuela e os que pululam pela América do Sul e África. No século xxi todos os serem humanos deviam nascer livres, iguais e em Estados que respeitem a dignidade humana e a liberdade de expressão!
Corre o risco de só ver ditadores de um lado.
Não se esqueça de quem invadiu o Iraque. E não foi por Saddam ser ditador. Olhe que mentiram e desrespeitaram o direito internacional.
Veja lá se invadem o Zimbabwe? Não tem petróleo.
Não podemos ser maniqueístas. Aznar é um político indigno e há indícios fortes da sua cumplicidade num golpe de estado contra Chavez.
Se este não tivesse modificado a Constituição eu dava-lhe o benefício da dúvida. Assim, parece-me mais um ditador sul-americano em potência.
Não esqueçamos, o Rei nunca o seria sem o Franco ter ganho uma guerra civil contra um Governo democrático, para o que foi decisivo o apoio do Mussolini e do Hitler.
Enfim, tudo democratas da mais fina cepa.
Hitler também foi eleito. O sufrágio não é o único critério de democracia mas é imprescindível.
Quanto ao rei, cabe aos espanhóis decidirem se querem continuar com o regime monárquico mas não considero a Inglaterra, a Espanha ou a Bélgica ditaduras por terem reis.
De qualquer modo prefiriria sempre a «ditadura» de Espanha à «democracia» da Venezuela.
Opá e a sua costela de badalhoco não será também perigosa? Basta dar uma pequena olhadela nos seus 2 blogues para se presentir isso.
Eu PRESSINTO que o space_aye PRESSENTE que ainda não está dentro do percentil normal!
Já um antigo senhor grego pós-socrático dizia desde que a monarquia não degenere em tirania, a aristocracia em oligarquia e a democracia em anarquia, ( quero lá saber do sistema politico-acrescento meu!!)
O Rei das Espanhas manda zero no nosso país vizinho. é uma figura representativa de uma nação, pouco mais.
Apesar de ser republicano por convicção deixe-me que lhe digue as vantagens das monarquias constitucionais: Os reis são educados desde pequenos para o ser, sabem as regras de etiqueta e de protocolo. Depois, enquanto simbolos são mais perenes...alguem sabe o nome do presidente da republica Esloveno anterior a este? Ninguem sabe pois não, mas o rei de Espanha todos sabem..como o da rainha de Inglaterra e de outras coroas. o Rei é ou devia ser supra-partidário, provavelmente mais congregador do que presidentes da republica de partidos. Não menos importante, segundo li num jornal a casa real espanhola levou menos dinheiro do orçamento de estafdo que a casa do presidente da republica portuguesa. Por ultimo estou farto de ver jet-set piroso nas nossas revistas cor-de-rosa!!
Também para finalizar:
Ambos sabemos a orientação ideológica de El Mundo mas não é de admirar que os emigrantes venezuelanos em Espanha pensem dessa maneira;
Aliás, os portugueses que regressam a Portugal, a fugir da actual situação política, certamente que não apoiam Chavez.
A visão desta questão e o nível de argumentação de um espanhol sobre a tipologia de chefe de Estado, seria sempre muito diferente da da maioria dos portugueses, por exemplo.
Diogo
Prof. Bambo não previria/diria melhor!!!